Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

alentejoaonorte

alentejoaonorte

02
Fev11

RAMAL DE CÁCERES AO PARTIR DEIXOU CUSTOS

DELFOS


"Se para os habitantes de Vale do Peso (Crato) e Cunheira (Alter do Chão) o encerramento daquela via - que vai da Torre das Vargens até à Beirã, na fronteira com Espanha, numa extensão de 81,5 quilómetros - representa apenas mais alguns quilómetros andados de automóvel, até à estação do Crato ou ao apeadeiro da Mata, já para as pessoas que residem em localidades como Castelo de Vide ou Marvão e até mesmo Alpalhão, no concelho de Nisa, o encerramento da linha às populações locais pressupõe deslocações de algumas dezenas de quilómetros que, ainda por cima, só em casos muito específicos podem ser feitas num autocarro público.

Face aos transtornos causados às populações directamente afectadas, foram várias as organizações locais e também espanholas que decidiram protestar, na segunda-feira, aquando da última viagem da automotora. A associação Portalegre em Transição, que visa estabelecer estratégias locais para fazer face à crise energética, efectuou um estudo em que foram tidos em conta não só os custos do transporte, mas também os níveis de poluição e a duração dos tempos de viagem.

Tendo por base uma viagem entre a Beirã e Santa Apolónia, em Lisboa, o estudo revela que o trajecto feito por comboio demora 3h40 enquanto o efectuado em transporte alternativo é apenas 31 minutos mais rápido.

O tempo que se ganha na viagem tem, no entanto, repercussões na carteira dos utilizadores. É que enquanto o transporte alternativo fica, em média, por 28,20 euros, já o trajecto feito de comboio pode ficar entre os 23 e os 19,50 euros. O estudo, desenvolvido em parceria com uma equipa do Instituto Superior Técnico, refere ainda que os custos ambientais relativos a cada passageiro são de 5,26 euros no comboio, enquanto em transporte alternativo são superiores a 17 euros.

O ramal de Cáceres começou a ser construído em 1878, sendo inaugurado no ano seguinte. O objectivo inicial era facilitar o transporte, até ao porto de Lisboa, dos fosfatos provenientes das minas existentes em Cáceres. Actualmente, segundo a CP, o transporte regional de passageiros no ramal registava uma média diária de quatro utilizadores.Habitantes de algumas freguesias têm, com o fecho da linha, de realizar deslocações de dezenas de quilómetros."

http://economia.publico.pt/Noticia/medida-com-custos-sociais-economicos-e-ambientais_1478216

01
Fev11

O COMBOIO MORREU NO RAMAL DE CÁCERES

DELFOS

"A vida pode ser irónica até para os comboios. O comboio desta notícia é conhecido por "Calhandra", por ser velho, feio e desajeitado. A "Calhandra" e os seus antepassados andaram durante 131 anos pelos carris do ramal de Cáceres, a ligar as alentejanas localidades de Torre das Vargens e Beirã, no distrito de Portalegre. A aproximar Portugal de Espanha. Ontem fez a sua derradeira viagem, porque já não era rentável.

A CP diz que a média diária de passageiros se escrevia com um dígito: quatro. No dia do derradeiro suspiro, transportou para cima de uma centena de passageiros na última viagem. Tantos que o revisor não conseguiu cobrar bilhete a muitos dos que quiseram contestar mais um encerramento.

"Para dizer a verdade, esta linha pouca gente transporta e aqueles que aqui viajam são, na maioria, funcionários da CP. Mas também é verdade que isto já está mal e a partir de agora ainda fica pior", diz o chefe da estação de Torre das Vargens, João Luís. A estação é um dos extremos de uma ligação com 72 quilómetros de extensão e que serviu directamente, até ontem, as populações de Torre das Vargens, Cunheira, Vale do Peso (um apeadeiro e uma estação onde se carregava madeiras), Castelo de Vide, Marvão e Beirã. A partir de agora deixa de haver comboios regionais. Passam apenas os de mercadorias e os que ligam a Espanha e não param por aqui.

Fugir rumo ao litoral

"O meu marido não pode conduzir até Lisboa. Não consegue. Foi operado ao coração. Na Beirã não há autocarros e para ir de comboio vai ter de se deslocar uma data de quilómetros [até à Linha do Leste, que passa em Portalegre], lamenta Maria José Teixeira, que passa os seus dias entre a pequena localidade fronteiriça e o Porto, de onde saiu há 30 anos. "Que vou fazer? Vou para o Porto e abandono a minha casa e o gado que estamos aqui a criar, ou fico aqui e deixo ao abandono a casa do Porto?", pergunta ainda uma das últimas passageiras da "Calhandra", indiferente ao ritmo arrastado da automotora que raramente consegue dar os 100 quilómetros de velocidade máxima atestados pelo construtor holandês, em 1953.

Indiferente à velocidade está Jacinta Pereira Calada, natural de Monte da Pedra, Crato. "Os velhos precisam de ir ao médico, a Lisboa ou seja lá aonde for. E agora? Como é que vai ser? Os novos ainda podem ir de carro, mas os velhos? Sabe, o Alentejo está muito pobrezinho e agora ainda vai ficar pior", sentencia a mulher, dando continuidade às palavras de Henrique de Matos, que momentos antes, qual filósofo, dissera, convicto: "Muito ou pouco faz sempre falta e tudo o que for para acabar é sempre mau."

António Marques Ramos, que chegou como militar da Guarda Fiscal, em 1972, ao posto da Torre das Vargens, não se mostra convencido do final anunciado. Diz que não pode ser e há pessoas que não vão deixar que aconteça. Depois, a contragosto, começa a acreditar e é então que começa a relembrar histórias da sua profissão e do ramal de Cáceres. "Uma vez fizemos uma grande apreensão de pirex, as pessoas iam muito a Espanha para trazer coisas de pirex... E só podiam ir com passaporte... A gaja do pirex também devia trazer droga. Nós não podíamos revistar mulheres, por isso quem a revistou foi a minha mulher e a de um colega. Mas ela foi à casa de banho e deitou qualquer coisa pela pia abaixo, que eu bem me lembro de ver a água assim a modos que turva... Era droga", diz.

As histórias da automotora Allan (é esse o seu nome de origem) são muitas. O maquinista da última viagem, Manuel Henriques, diz não concordar com o encerramento do ramal. Que quanto menos trabalho houver, mais hipóteses há de a CP dispensar trabalhadores. Lamenta o "isolamento" da região e fala de alguns acidentes. "Os donos das terras nem sempre têm as cercas arranjadas e as vacas acabam por vir para a via. Já todos atropelaram vacas. É um dia perdido. Tem de vir o transporte alternativo e toda a gente perde o resto do dia."

Culpa dos maus horários

De dias perdidos falam outros passageiros habituais, dizendo que o definhar da ligação começou com a mudança de horários. "Quem tiver de ir ao Entroncamento perde todo o dia, porque os horários não permitem mais. Uma coisa que se podia resolver em duas ou três horas acaba por consumir o dia inteiro, por causa dos horários desadequados que arranjaram para o ramal", diz um dos homens que ontem se despediram da "Calhandra" na Beirã. A essa mesma estação acorreram pessoas ligadas a associações cívicas, políticos do Bloco de Esquerda e os espanhóis da Esquerda Unida. Todos unidos na defesa do ramal de Cáceres. "A Alta Velocidade é para Lisboa e Madrid", diz um dos espanhóis. Rita Calvário, deputada do BE, frisa que as pessoas pagam impostos e que merecem ter serviços de qualidade e não o desprezo de quem governa. O seu colega de bancada Heitor de Sousa fala em futuras batalhas no Parlamento.

Uma pequena mole agita-se na gare contra a derradeira partida da "Calhandra". Quando o atraso já é de 15 minutos, a composição, cheia como nunca, empreende a última viagem. Fica a nostalgia de uma automotora que, segundo a CP, estava agora a consumir cerca de 100 litros de diesel por cada outros tantos quilómetros andados. "Mesmo que seja verdade, a CP não pode apenas pensar no lucro. Tem de ter em conta as responsabilidades cívicas", diz o presidente da Junta de Freguesia da Beirã, António Mimoso."

Terça-feira, Jornal Público, 01/02/2011, José Bento Amaro

28
Jan11

O COMBOIO AINDA CONTINUA NO RAMAL

DELFOS
"Na sequência das discussões, quer aqui no blog, quer na lista de discussão, sobre o comboio e a sustentabilidade, resolvi fazer um post que espero que seja mais claro sobre o que defendo nesta matéria.
Para atalhar caminho, deixo já claro que enquanto utilizador acho a gestão da CP (conheço ainda pior a da REFER, e por isso não me pronuncio) razoavelmente incompetente. Mas isso é um pequeno problema quando comparado com o grande problema: a gestão da CP é politicamente dependente de gente ainda mais incompetente.
A discussão tem sido despoletada pelas recentes decisões de fecho de algumas linhas, gerando duas posições pavlovianas: os que defendem o Governo, sempre e em qualquer altura, qualquer que sejam os argumentos necessários; os que defendem a manutenção de linhas de comboio, sempre e em qualquer altura, quaisquer que sejam os argumentos necessários.
Misturar a linha da Lousã (que é uma pura estupidez de decisores que deviam ser julgados por gestão danosa e abuso de dinheiros públicos), com a linha do Tua não tem pés nem cabeça.
No primeiro caso alguém decidiu pegar numa coisa que funcionava (bem, mal, com prejuízo, tudo isso podemos discutir, mas funcionava), desmantelá-la, e depois de desmantelar dizer que afinal se enganou nas contas e já não tem dinheiro para fazer nada do que pensou, portanto fica tudo desmantelado.
No segundo caso há uma linha que passa em sítio nenhum, que ninguém usa e que é o exemplo típico das situações em que o comboio não é a boa solução de mobilidade.
Comecemos pelo princípio: o comboio é um meio de transporte pesado que se justifica quando existem grandes números (de pessoas, de carga ou dos dois) a deslocar de um ponto a outro. Nessas circunstâncias o comboio é útil e bem mais sustentável que o transporte rodoviário. Noutras circunstâncias não é assim. À grande vantagem na capacidade de transporte o comboio alia uma baixíssima flexibilidade. Ao relativamente baixo vaor de investimento, o comboio alia um elevado custo de operação.
Ora sustentabilidade inclui sustentabilidade económica.
Faz por isso sentido perguntar se os recursos de investimento disponiveis na REFER devem ser usados na linha do Tua ou no ramal do Porto de Aveiro. Faz sentido perguntar se os recursos na CP devem ser usados na melhoria da eficiência económica dos suburbanos de Lisboa e Porto ou no ramal de Cáceres.
Sim, eu sei que me falarão do facto dos transportes públicos não terem de dar lucro, sim, eu sei. Mas isso não significa que sejam um poço sem fundo, pelo contrário, implica uma definição ainda mais clara de prioridades. E implica que seja a eficiência das linhas que podem ser economicamente sustentáveis a pagar outras onde pode haver um prejuízo sensato. E implica que o Estado seja claro no que quer dos transportes públicos, o que implica disponibilizar os recursos financeiros necessários à execução da sua política (não os necessários à existência de transportes públicos).
É claro que me fez confusão descer ontem na estação (apeadeiro?) de Paialvo e ver uma estação totalmente renovada, não há muito, e fechada. Parece ser um erro de investimento (e está longe de me parecer o único do género).
Dou de barato que existem milhares de erros desses nas políticas de investimento da REFER e da CP, que passam a vida a mudar de vida (como se demonstra com o processo da Lousã).
Mas o facto de ser possível apontar erros, o facto de ser possível apontar um monte de investimentos alternativos ainda mais estúpidos, como algumas auto-estradas vazias (um post que gostaria de ter escrito) ou coisas que não sei classificar como aquele descampado também conhecido por aeroporto de Beja não invalida que não se faça um esforço para evitar a armadilha de defender o comboio sempre e em toda a parte, defendendo-o para funções que ele nunca poderá desempenhar satisfatoriamente.
Essa é uma bela maneira de o enterrar definitivamente."
27
Jan11

FICARÁ REVOLTA NA POBREZA

DELFOS

"Com o fim do comboio regional de passageiros no Ramal de Cáceres, anunciado para daqui a poucos dias, encerra também o melhor capítulo da vida de muita gente. Vou, a título de mero exemplo, cingir-me ao que a mim diz respeito porque nasci a ouvir o silvo agudo e rouco daquelas então velhas máquinas negras fumarentas de grandes rodas e manivelas gigantescas movidas a vapor, que, ao chegarem muitas vezes à estação, enchiam o ar de um nevoeiro quente e húmido que se estendia por toda a parte baixa da aldeia, quando tinham que descarregar o excesso de pressão que acumulavam no percurso.

A minha casa fica num alto sobranceiro à Estação, a qual posso ver das janelas das traseiras ou do quintal, de dia ou de noite, porquanto, os holofotes que iluminam todo o seu perímetro rasgam a escuridão e reflectem a sua poderosa luminosidade por toda a colina, até ao depósito abastecedor de água da povoação, além bem no alto. Mas não só. Toda a minha vida é um mar de boas recordações. Mal sai da estação de Valência de Alcântara no país vizinho, poucos quilómetros percorridos, assoma a via férrea ao alto do Sesmo e logo o potente rugido das máquinas se anuncia ao longe, fazendo-se ouvir no meu quarto, desde que me lembro de ser gente.

Do outro lado da nossa casa, a oriente, onde se situa o quarto que sempre foi dos meus pais, era comum ouvi-los comentar:
- Hum… Vai haver mudança de tempo. Esta noite os comboios ouviam-se logo assim que chegavam à curva da Atalaia!Também a casa dos meus avós maternos se situava junto à passagem de nível da Cavalinha, nas traseiras da Caseta dos Assentadores cujas esposas eram as guardas que tinham por missão fechar e abrir as cancelas para passagem segura das inúmeras composições de mercadorias ou de passageiros que circulavam dia e noite.

Menino de tenra idade, entregava-me a minha mãe algumas vezes ao cuidado do meu avô Zé Lourenço, para ela poder ir com a minha avó Amélia sachar milho, ou outros trabalhos à jorna, próprios das mulheres do campo desse tempo. E lá andava eu todo o dia com ele, por aquelas tapadas de um e do outro lado da linha a ver os comboios passar enquanto o avô guardava as ovelhas, a saltar de pedra em pedra, a ouvir “as meninas a cantar” que ele dizia ser aquele zumbido cacofónico que se percebia ao encostar o ouvido aos postes dos fios telefónicos existentes ao longo da linha férrea.

E depois…

Bem… Depois, a ida a Évora por comboio quando aos 17 anos de idade e por me ter oferecido voluntário para a tropa, fui chamado à inspecção militar ao hoje extinto RI16 na Cidade-museu, numa viagem de várias horas e outros tantos transbordos, o primeiro dos quais na Torre das Vargens para a estação de Portalegre e ali de novo para Estremoz e Évora. Foi uma aventura e tanto. Depois, ao longo de muitas décadas, as confortáveis viagens com o comboio sempre aqui à porta, a levar-me na ida ou a trazer-me na volta. Elvas como recruta, Lisboa como especialista, Estremoz novamente já mobilizado para Angola, Santa Margarida a aguardar embarque para a guerra, e, finalmente, para me devolver à Beirã e à minha gente são e salvo 37 longos meses depois.

Consequência de muitas injustiças de que fui alvo, foi o comboio que me levou em 1975 para a Beira Baixa, via Abrantes, Castelo Branco e Fundão, com destino às Minas da Panasqueira. Aqui tive sempre o mesmo transporte seguro e pronto quase à porta. Para qualquer parte do país e pelo Ramal de Cáceres que sempre dispôs de excelentes acessos para muitos e diversificados destinos, bastando para isso aceder à Torre das Vargens, a Abrantes, ao Entroncamento ou a Lisboa. De manhã à noite, eram várias as opções de escolha nos horários de partida ou de chegada e dias havia que a partir da estação de Castelo de Vide já não havia lugares sentados vagos, pelo que se tinha que viajar de pé nas coxias e corredores das carruagens.

Mais tarde, quando, em função das minhas pretensões de ascender na carreira profissional, uma vez mais durante três longos e consecutivos anos, viajei no comboio para a capital onde frequentei os respectivos cursos de promoção no Alto da Ajuda, rumando depois a São João da Madeira e ao Porto como estagiário, sempre com a excelente comodidade de poder viajar de comboio todas as semanas, para onde quer que necessitava deslocar-me. E como eu, milhares de passageiros de toda esta região. É inacreditável que hoje, passadas pouco mais de duas décadas, isto esteja a acontecer. Suprimir o serviço regional de passageiros no Ramal de Cáceres é, por outras palavras, encerrar este serviço público definitivamente. Não tenhamos ilusões.

Restará, daqui nem diante, o Lusitânia Comboio-Hotel que utilizará este percurso duas vezes ao dia – ou à noite – entre Lisboa e Madrid e vice-versa. Até quando?

Todos nós sabemos. Mal se inaugure o tão badalado TGV, o Lusitânia deixará de ser necessário. E o Ramal de Cáceres encher-se-á de silvas e mato em todo o seu percurso, as suas lindíssimas Estações definharão até cairem e a memória de um povo que esteve ligado a tudo isto durante quase um século e meio, desaparecerá inexoravelmente na bruma do tempo. É verdade que neste momento talvez não seja rentável. Mas porquê? Serão os serviços oferecidos pela CP eficientes? E se, em vez de suprimirem este serviço regional de passageiros para suprimirem eventuais prejuízos, porque não suprimem antes um ou dois lugares na Administração da CP, mais os seus chorudos ordenadões, mais os carros topo de gama com motorista e um nunca mais acabar de mordomias que, isso sim, é o que verdadeiramente causa prejuízos às empresas?

Vendo as coisas por outro prisma ainda, não pagam as populações desta esquecida zona do nosso país os seus impostos como todos os outros? Então, porque têm que os Marvanenses, os Castelovidenses, os Cratenses ou os Nisenses, contribuir com as suas divisas para pagarem auto-estradas que não atravessam os seus concelhos, pontes sobre Tejo, Douro ou Guadiana que pouco ou nada usam, e muitas outras merdas megalómanas que servem só para quem lá vive perto, mas não há a porra de uns míseros euros para manter o catano de uma automotora que sirva nem que seja só a minha vizinha Júlia que tem a sua filha e os seus netos no Entrocamento, é viúva, já entradota na idade e não tem outra forma de se deslocar?
Ou será que...
Os habitantes destes municípios NÃO SÃO PORTUGUESES como aqueles do litoral ou das grandes metrópoles onde se faz tudo e mais alguma coisa nem que para isso os governos tenham que se endividar até aos olhos?

Ou ainda que...
Nós por cá só somos cidadãos como os outros, quando é preciso encher-lhes o cu de votos? "
27
Jan11

O ÚLTIMO SUSPIRO DO SENHOR RAMAL DE CÁCERES

DELFOS
"A Associação Portalegre em Transição está a organizar “um grupo para fazer “a última viagem do Comboio Regional no Ramal de Cáceres”, seguida de um jantar/debate sobre a importância deste meio de transporte em especial para a nossa região”.
O percurso de comboio terá partida no dia 31 de Janeiro às 18:50 da Estação da Beirã com chegada às 19:49 à Torre das Vargens onde apanhamos o Regional às 20h04 com destino a Portalegre chegando aí às 20:57. Em Portalegre segue-se depois um jantar/debate no “Restaurante A Estação”.
Os custos serão os bilhetes de comboio e 15 euros para o jantar. “Não estamos a contar fazer reservas para o comboio pois julgamos que vai ter espaço para toda a gente”, adiantam os organizadores da iniciativa.
Trata-se de uma oportunidade histórica de fazer esta viagem e de falarmos sobre a importância do comboio para o desenvolvimento desta região”, refere a Associação em comunicado. Será talvez a ultima vez que um comboio pára nas estações de Castelo de Vide, Vale do Peso e Cunheira!”, refere a Associação em comunicado.
"A Associação Portalegre em Transição agradece a todos os interessados em partivcipar na iniciativa que o confirmem para o mail joaoncardoso@gmail.com “para que possamos confirmar o número de pessoas para o jantar”.
Os organizadores recordam ainda que cada pessoa ou cada grupo deve tratar de “arranjar transporte para a Beirã e depois do jantar desde a estação de Portalegre uma vez que não existem transportes públicos disponíveis. Se alguém conseguir arranjar um transporte gratuito para o grupo comunique-nos que nós trataremos de divulgar pelos inscritos”.
A Associação Portalegre em Transição é um grupo local que se tem interessado por sensibilizar a população para a necessidade de diminuir a nossa dependência dos combustíveis fósseis e fazer face às mudanças climáticas.
Desde que nos apercebemos do eminente encerramento dos comboios regionais no Ramal de Cáceres que temos tentado divulgar a petição do “Grupo de Amigos da Ferrovia Norte Alentejana” (em  http://www.gafna.net) e as “enormes vantagens económicas sociais e ambientais do transporte ferroviário”. © NCV. "
 http://noticiasdecastelodevide.blogspot.com/2011/01/associacao-portalegre-em-transicao-esta.html
26
Jan11

MARVÃO: SUPRESSÃO DE COMBOIOS NO RAMAL DE CÁCERES

DELFOS
Num comunicado da edilidade de Marvão se pronuncia ainda "A C.P. – Comboios de Portugal  assume como sua missão, operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviário essenciais  para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social e  territorial. No entanto a partir de 1 de Fevereiro, o serviço de passageiros no Ramal de Cáceres, inaugurado a 06 de Junho de 1880, será reduzido a um comboio internacional se até lá não for alterada a intenção da C.P. – Comboios de Portugal.
Não entendemos as políticas adoptadas pela C.P. – Comboios de Portugal, que tem, apenas, em consideração a vertente económica / rentabilidade numa perspectiva redutora e de curto prazo, esquecendo a vertente social de um serviço público contrariando o isolamento, a desertificação e o empobrecimento da região.
Entendemos, ainda menos, porque inferimos que na sua gestão, a C.P., se desinteressou completamente pelo potencial deste ramal pois só assim se explica a permissividade perante uma degradação continuada da qualidade da oferta no que respeita ao transporte de passageiros no Ramal de Cáceres durante as últimas três décadas, designadamente, horários inadequados, mau atendimento, falta de informação, transbordos, má qualidade das automotoras, dando assim, escandalosamente, todas as oportunidades à concorrência, (transporte rodoviário) para se apoderar de uma clientela conquistada durante quase um Século.
Há cerca de 30 anos, uma viagem de comboio entre Marvão/Beirã e Lisboa levava, em média, quatro horas e vinte minutos, sem qualquer transbordo, hoje essa mesma viagem demora cinco horas, com transbordo e ainda sem a possibilidade de comprar um bilhete directo para Lisboa. Assim, obrigam-se as pessoas a deslocarem-se mais uma vez á bilheteira e a saltitar de comboio para comboio. Quase parece que falamos de um negócio em que a gerência não quer vender os seus produtos.
Acreditamos que uma melhor gestão do transporte associada às potencialidades da vertente turística tornarão possível a sustentabilidade, promovendo uma alternativa real ao transporte rodoviário, pelo que em meu nome e da Câmara Municipal manifestamos o nosso desacordo nesta intenção e solicitamos uma alteração da mesma.
O Presidente da Câmara Municipal de Marvão
Victor Frutuoso
Marvão, 25 de Janeiro de 2011" no espaço http://www.portalalentejano.com/?p=23763.
23
Jan11

O SECTOR FERROVIÁRIO ESTÁ EM CRISE

DELFOS
O que se está passando amigos e caros, o assunto e problema que se está passando com a linha do Ramal de Cáceres, o blog "Gavião no Alentejo" vos diz que não é só nestas paragens que a empresa CP está de abalada e vai de partida para outras paragens e outras visões.


Não meus amigos e caros, o pensais assim estáis mesmo muito mal enganados. O problema não é só por aqui e zona que se está manifestando. Ora vamos lá a ver se a gente lhe apanha mesmo muita bem, a prosa e a rima, o tocante ao assunto da linha férrea ou lá o boca terra boca terra...


O blog já vos tinha falado, nestas bandas, os nossos compadres alentejanos, os nossos compadres de Beja, que se encontrando com o mesmo problema, a sua linha Beja-Lisboa foi à vida e adeus ou lá Maria que foi um prazer enorme te conhecer um dia...


O blog, como não gosta de deixar a coisa pela metade tinha que vasculhar melhor o assunto. Entra no site e espaço do sindicato SNTSF SINDICATO NACIONAL DOS TRABALHADORES DO SECTOR FERROVIÃRIO e, "Depois desta grande manifestação impõe-se a continuação da luta, porque as empresas, apesar do Ministro afirmar que não há planos, estão a aplicá-los, como se comprova pelas decisões da CP em encerrar serviços no final deste mês e principio do próximo como por exemplo o encerramento do serviço no ramal de Cáceres e entre Setil e Coruche, para além de serviços rodoviários em linhas encerradas, medidas previstas no Plano de Actividades da empresa para 2011."


Mas a coisa não acaba aqui. Era bom u era sim senhora mas ela acaba aqui. Ao entrar no espaço da referida empresa, a CP, se nota algumas deliberações tomada por ela sobre mais linhas :


" 1.º Linha de Leixões  ---  supressão do Serviço Urbano  ---  1 de Fevereiro. A CP informa que, a partir de 1 de Fevereiro de 2011, os serviços Urbanos na Linha de Leixões serão suprimidos. A razão prende-se com o facto de não estarem reunidas as condições para a contuniedade do serviço..."



A coisa muita lenta no referido espaço da empresa citada e a fazer perder a paciência e o blog partiu para outra. No espaço :http://www.publico.pt/Local/pouco-dinheiro-e-pouca-gente-param-o-poucaterra_1473269?all=1 se pode ler :


" O serviço regional é dispendioso e a contenção orçamental não perdoa. A CP vai retirar-se de algumas linhas do país, deixando estações e apeadeiros vazios, e aldeias que já só verão passar os comboios de mercadorias. Na nova geografia ferroviária não há lugar para as regiões do Alentejo e do Norte.Foram-se os centros de saúde, os correios, as escolas primárias. Chegou agora a vez dos comboios. Em algumas terras do interior o pouca-terra vai deixar de apitar porque a CP decidiu suprimir a sua oferta onde ela é especialmente deficitária. O mapa ferroviário português vai voltar a encolher, deixando ainda mais a descoberto extensas áreas do país.

Na calha estão as linhas de Marvão a Torre das Vargens (65 quilómetros) e de Beja a Funcheira (62 quilómetros). Mas os cortes não atingem apenas o Interior profundo. No Ribatejo, entre Coruche e Setil (32 quilómetros) vai desaparecer uma experiência com pouco mais de um ano de reactivação de um serviço ferroviário. E mesmo em plena região urbana do Porto vai acabar uma oferta que começou torta e por isso nunca se endireitou: os 56 comboios diários entre Ermesinde e Leça do Balio (11 quilómetros).

Este serviço numa linha de mercadorias, inaugurado em Setembro de 2009, resultou da assinatura de um protocolo entre a CP, Refer e Câmara de Matosinhos, e deveria ter sido prolongado este ano até Leixões, mas a Câmara de Matosinhos e a Refer desentenderam-se e a CP aproveitou a birra para acabar com um serviço que só lhe dá prejuízo. E com isto já lá vão 170 quilómetros onde as automotoras da CP deixam de transportar passageiros.

Mas há que somar-lhes mais 144 quilómetros, que são as linhas que fecharam em 2009 com a promessa de que seriam reabertas depois de obras de modernização que as poriam como novas. Não foram simples declarações. Houve cerimónias e comitivas lideradas pela então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, a anunciar a autarcas e a governadores civis o radioso futuro das vias-férreas do Corgo (26 quilómetros) e do Tâmega (13 quilómetros). Meses antes tinham sido fechados os 51 quilómetros da linha Figueira da Foz-Pampilhosa (que serve Cantanhede). A Refer prometeu fazer obras. Mas já não há dinheiro.

E falta a linha do Tua, verdadeiro ex-líbris de um caminho-de-ferro do interior, encravado na rocha, sobre o qual sobraram promessas de modernização associadas ao turismo da região duriense. Da foz do rio Tua a Mirandela esta linha mede 54 quilómetros, parte dos quais ficarão inundados pela barragem da EDP. Por enquanto o serviço é assegurado por autocarros ao serviço da CP, mas, como era de esperar, a empresa vai acabar com isso. Afinal o seu negócio é comboios. Não é autocarros. Nova soma, e chegamos, pois, a 314 quilómetros.

A este mapa (ver página 6) falta juntar a os troços que estão fechados para obras e que, quando reabrirem, já não terão serviço regional. Será o caso do eixo Guarda-Covilhã (46 quilómetros) na linha da Beira Baixa e do troço Pinhal Novo-Vendas Novas na linha do Alentejo (42 quilómetros). Ao todo serão 356 quilómetros de linhas que ficam sem serviço regional, das quais 144 quilómetros desaparecem do mapa ferroviário nacional e 212 manterão ainda comboios de mercadorias e serviços de longo curso. Refer perde receitasEm relação a estas últimas, a supressão dos regionais significa que a empresa pública Refer vai continuar a ter gastos na manutenção e conservação das linhas, mas terá menos receita. Isto porque a CP pagar-lhe-á menos taxa de uso (portagem ferroviária) por já nelas não passarem tantos comboios. Já para a transportadora esta opção global representa um alívio nos seus prejuízos de exploração, esperando a empresa com este cortes contribuir para melhorar os seus resultados operacionais em 2011 na ordem dos 42,3 por cento.

Em entrevista ao PÚBLICO em 2/08/2010, José Benoliel, da CP, afirmava que "o país tem uma meditação a fazer - será que em todos os casos é o modo ferroviário o mais indicado para garantir a acessibilidade? Ou será que em determinadas circunstâncias não haverá outros modos de transporte muito mais aptos e eficazes?" Mas, a ter acontecido, esta meditação foi feita nos gabinetes e não debatida publicamente. A premência do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) ditou a decisão de acabar com os comboios mais deficitários. No entanto a CP assume como sua missão "operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviário como essenciais para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social e territorial". É o que consta no sítio da Internet da empresa, onde esta também refere que os seus valores são a "Verdade, Honestidade e Transparência". Apesar disso, a CP não deu ao CIDADES o número de passageiros transportados nas linhas que agora vêem desaparecer os comboios regionais, não se sabendo quantos milhares de pessoas são afectados com os encerramentos e o fim do serviço regional.

Mesmo nas linhas em que estes comboios não acabam, haverá redução do serviço prestado. A lista da CP prevê suprimir quatro comboios (dois em cada sentido) entre Régua e Pocinho - o que significa uma redução de 40 por cento face à oferta existente - e um comboio em cada sentido entre Vilar Formoso e Guarda (só circulam aqui três em cada sentido). Entre o Entroncamento e Castelo Branco vão desaparecer duas circulações em seis dias da semana e na linha do Sul serão suprimidos dois comboios diários entre Setúbal e Tunes e mais dois entre Funcheira e Setúbal. A transportadora vai ainda "avaliar a supressão de quatro circulações diárias entre Covilhã e Castelo Branco" e acabar com o único comboio directo que existe entre Caldas da Rainha e Coimbra.

Falta articulação

Em 2010, o serviço regional da CP deu 56,6 milhões de euros de prejuízo (dos quais 48 milhões foram prejuízos operacionais), o que não surpreende, tendo em conta que está desligado das restantes unidades de negócios da CP, com as quais não faz correspondências. A oferta da CP Longo Curso não está alinhada com a do Regional para potenciar o efeito de rede do sistema ferroviário. Há horários em que o comboio regional partiu alguns minutos antes da passagem do Alfa Pendular ou do Intercidades, e noutros casos o passageiro que queira prosseguir viagem não tem correspondência em tempo útil no regional.

A fraca procura - que tem grandes repercussões nos resultados de exploração - não se deve, por isso, apenas ao definhamento do interior. Nem tão-pouco ao facto de a A23 ter praticamente matado o serviço ferroviário da linha da Beira Baixa e de a A8 ter comprometido a procura na linha do Oeste. As razões têm, também, que ver com actos de gestão da CP, que foi relegando o serviço regional para as margens do sistema. Por exemplo, na linha do Norte, onde se situa a maior procura em termos de passageiros, a empresa decidiu que aquele serviço não seria prestado de Aveiro para norte. Quem quiser seguir para o Porto terá de mudar para um suburbano da CP Porto, o que limita as receitas dos regionais em favor da outra unidade de negócios.

Os transbordos desencorajam os passageiros a viajar de comboio (sobretudo se forem idosos, e há-os cada vez mais no país), mas a CP multiplica-os por toda a rede. Recentemente, deputados do PSD viajaram de comboio entre o Rossio e as Caldas da Rainha e tiveram que apanhar três comboios. Do Bombarral para Coimbra é preciso mudar duas vezes e viajar em três composições. E até a linha do Norte tem o serviço regional segmentando, obrigando os passageiros a saltitar de composição em composição.

Não é por acaso que a CP Regional e a CP Longo Curso resultam da cisão da antiga UVIR (Unidade de Viagens Interurbanas e Regionais). A administração separou a "carne do osso", acarinhou o longo curso (que tem uma taxa de cobertura próxima dos 100 por cento e poderá vir a ser privatizado ou concessionado) e deixou os serviços regionais com os prejuízos. E chegados a este ponto, um cidadão que olhe para o descalabro das contas da empresa conclui que as supressões de comboios são um acto de gestão inevitável. "

22
Jan11

CONTINUA NA RUA DO BECO DA 24

DELFOS
Nunca a coisa a compreendeu que olhando bem para ela um dia o retrato lhe tirou...


Que a publicidade que vai saindo ou a informação a migalha numa a coisa compreendeu a da Comenda a ficar sempre de fora...


Enfim, o segredo d´abelha só ela o sabe...


Mas que a coisa não está para birras u não o está lá o não o está lá não senhora. Que diga lá que sim senhora. Mas a coisa ainda não mudou...


Olhando dois cartazes.


Num, a do Gavião e a do Belver.
Noutro, a do Gavião e a do Belver e mais a da Margem.
A da Comenda a continuar a ficar de fora...

Semelhança com a realidade é uma pura coincidencia...


Num, o apelo ao Voluntariado e o apoio aos idosos na área do concelho de Gavião!


Noutro, o apelo ao reforço de um Banco de Excedentes e o que não se usa para se dar a quem mais precisa!


É uma iniciativa -- Projectos Caminhos CLDS  - numa parceria e fusão com o concelho do Crato ou a do Crato.


Não foi possível encontrar elementos que suportem a base do referido organismo e a sua missão no espaço...


Qualquer dia é a sopa dos pobres a aparecer...


Embora a da Comenda mesmo que continue a ficar de fora!!!!!!! 

A semelhança com a realidade é uma pura coincidencia....

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2010
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub