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04
Fev11

MARVÃO MARCA NUMA BALIZA

DELFOS

O blog "ALENTEJO no NORTE", ao ler no espaço http://www.cm-marvao.pt/noticias/noticiasdet.asp?news=453 :


"O Sr. Vereador, Dr. José Manuel Pires informou que a Marca “Marvão Bom Gosto” vai ser disponibilizada a todos os restaurantes do concelho, de forma a promover a gastronomia local/tradicional de Marvão, podendo para o efeito, usar esta imagem de Marca em menus “Marvão Bom Gosto”. Esta iniciativa irá ser divulgada através do site, com a colocação dos restaurantes aderentes e respectivos menus. ------------

A mesma Marca poderá ser disponibilizada aos alojamentos do nosso concelho, os critérios serão discutidos em conjunto com a Região de Turismo do Alentejo." e ficou muita contente com a iniciativa tomada pela edilidade mencionada e citada.


Resta saber, os municípios aqui da Zona, o blog está falando do concelho de Gavião, o do Crato e do de Nisa e se pergunta a si próprio para quando eles seguem os mesmos passos do concelho de Marvão. Não se sabe se o do Crato e o de Nisa já também tomaram a decisão mas que julga que não.

Não foi possível dar uma olhada pelas suas Agendas L21.

No tocante ao do Gavião, os três ou quatro minutos que esteve com ela na mão, apenas sabe, nela está lá contida também a criação de uma "Marca".

A questão é saber para quando a sua criação e a sua implementação...

02
Fev11

CIDADE ROMANA DE AMMAIA NO CONCELHO DE MARVÃO

DELFOS
2011/02/01 Posted in: Alentejo, Cidades Romanas em Portugal e no espaço http://www.portugalromano.com/?p=670 "

- Próximo da vila de Marvão surge um dos mais importantes vestígios da civilização romana no Norte Alentejo e embora a crea escavada ainda seja diminuta, é possível verificar todo o seu potencial enquanto vestígio de uma cidade romana que não sofreu o continuo assentamento urbano de diferentes épocas no mesmo espaço.

«Entrada sul da cidade»

A cidade de Ammaia terá sido fundada provavelmente entre o final do século I a. C., e o início do século I d. C., aparentemente segundo as regras do ordenamento do território de Vitrúvio, arquitecto e urbanista romano do século I a.C, como parecem demonstrar os vestígios até agora encontrados.

«Vista da serra do Marvão»

Os testemunhos epigráficos amaienses, ainda que não indiquem datas, sugerem uma valorização da cidade por meados do século I, muito provavelmente em consequência de um processo desenvolvido no âmbito da promoção de numerosos centros urbanos na Hispánia meridional por iniciativa do Imperador Cláudio.

Conservada e sem quaisquer construçõeses na sua área de implementação, encontra-se apenas descoberto a porta sul, o podium de um templo, e numa fase inicial as termas, as piscinas e os canais de água, apenas 2% da área total da cidade, com cerca de 20ha e onde se estima terem habitado entre 4 e 5 mil habitantes.

A Ammaia apresenta uma malha urbana muito bem delimitada tendo sido detectados até ao momento diversos edifícios públicos, adivinhando-se também a existência de uma basílica, um teatro e um anfiteatro.

A cidade romana terá sido ocupada pelo menos até meados do século VI d.C., abandonada posteriormente a esta data, tendo sido ocupada esporadicamente após esse período, mantendo apenas uma população residual, altura em que terão surgido outros aglomerados populacionais com carácter mais defensivo que lhe tomaram o lugar, ter-se-á dado assim o aparecimento de Marvão, Marwan para os povos islámicos que no século IX ocupam toda a região do Alto Alentejo.

Arqueologia em AMMAIA

Civitas Ammaia, julgou-se até 1935 que essa cidade teria existido no local onde se viria a desenvolver Portalegre. Essa confusão ficou a dever-se a uma inscrição romana identificada numa parede da ermida do Espírito Santo daquela cidade na qual se referia o município de Ammaia. Contudo, sabe-se hoje que muita pedra aparelhada com que foram construção dos alguns dos principais edifícios de Portalegre foi trazida das ruínas de AMMAIA.

Entre essas pedras encontrava-se a ara que agora se guarda no Museu de Portalegre e que motivou tanta confusão.

Da cidade de Ammaia, sobretudo a partir do século XVI, sairam muitas pedras com que se construiram palácios e igrejas em Portalegre, muitas também foram utilizadas na construção das muralhas de Marvão e de Castelo de Vide e em várias edificaçõeses particulares.

Até que Leite de Vasconcelos identificou a nova inscriçãoo entre as ruinas da Aramenha, estas eram consideradas como os restos de uma cidade denominada Medóbriga. A atribuição do nome Medóbriga ficou a dever-se sobretudo a André de Resende e a inscrição desse topónimo numa lápide que se encontra na Ponte Romana de Alcântara.

Uma das portas da sua velha muralha foi transportada para Castelo de Vide em 1710 e posteriormente destruída.

«Arco da antiga porta de Ammaia em Castelo de Vide»

Num trabalho datado de 1852 o investigador espanhol D. José de Viu refere, que no seu tempo, mais de vinte belas estátuas de mármore recolhidas na Aramenha foram vendidas para Inglaterra.

A Fundaão Ammaia estabeleceu já contactos com instituições museológicas inglesas para saber onde podem ter ido parar as esculturas, mas até agora sem resultados...

... Resta apenas uma, que pode ser vista no museu de Ammaia, tem sido atribuíada a Britânico, o infeliz filho de Cláudio e de Messalina, nascido em 42 e assassinado em 55, o que permitiria situar a estátua e o forum, se a escultura fazia parte de um programa destinado ao mesmo, por meados do século I. Mas existe outra hipótese, que é a de atribuir a estátua a Nero, filho do primeiro casamento de Agripina e que foi adoptado por Cláudio em 50, com doze anos de idade, recebendo, dois anos depois, o título de Princeps Iuventutis. Embora o estado da peça não permita avançar muito mais, quer se trate de Britânico ou de Nero, este testemunho sugere, mais uma vez, uma data para início da construçao do forum próxima do final do principado de Cláudio.

«Estátua de togado com bulla, achada na Escusa (Museu da Ammaia) - tem sido atribuída a Britânico»

Nas últimas décadas foi possível começar a recolher algumas inscriões que se mostram hoje no Museu Municipal de Marvão (2). Sobretudo pelas mãos de António Maçãs e Leite de Vasconcelos foram carregados para o Actual Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa inúmeras peças recolhidas em Ammaia.

«Museu monográfico da Ammaia»

«a cidade foi engolida pela terra»

Com o inicio dos trabalhos arqueológicos em Ammaia, ( Outubro de 1994 ), começou a constatar-se que, sobretudo a zona baixa da cidade, se encontrava bem preservada sob uma uniforme camada de terras e calhaus rolados, transportados a grande velocidade provenientes das cotas mais elevadas. Começava-se, assim, a confirmar o que a memória popular tinha guardado - «a cidade foi engolida pela terra». Por causas ainda não determinadas verifica-se que entre os séculos V e o IX, da nossa era, a cidade de Ammaia, já em decadência, sofreu os efeitos de um qualquer cataclismo que ao soterrá-la a conservou, proporcionando que a uma profundidade média de 80 cm se possam identificar importantes estruturas arquitectónicas, como a grande praça pública lajeada que ladeia uma das portas da cidade. Na área do forum levanta-se o podium de um templo e por uma área superior a 17 hectares são visíveis testemunhos da cidade de Ammaia. Numa das encostas sobranceiras ao Rio Sever rasga-se o assento das bancadas de um recinto para espectéculos públicos.

«Termas do Forum»

Os mosaicos, aquedutos e calçadas que os autores dos séculos XVI, XVII e XVIII referem, ainda não foram identificados. Neste momento apenas uma ínfima parte da zona baixa da Cidade de Ammaia foi objecto de escavaço e estudo, possibilitando, mesmo assim, recuperar um conjunto muito significativo de materiais arqueológicos e evidenciar estruturas habitacionais e públicas de grande importância.

Descrita por autores clássicos como Plínio, pelos autores árabes, como Isa Ibn Áhmad ar-Rázi, e pelos mais conhecidos escritores e historiadores desde o século XVI.

A par do interesse pela investigação de uma das poucas cidades romanas que não se esconde sob construções de épocas posteriores, que por norma inviabilizam estudos alargados e sistemáticos, a maior parte da área ocupada pelas ruínas foi adquirida tendo em vista a sua escavação e recuperação.

Ammaia Romana

Do que resta da ocupa�o humana na cidade, para alem dos vestígios habitacionais, o visitante poder� desfrutar de uma visita ao Museu monográfico (1) onde estão patentes duas exposições com materiais que foram recolhidos ao longo dos tempos na cidade, quer no decorrer dos trabalhos agrícolas, quer j� com a realização de escavações arqueológicas no período entre os anos de 1995 e 2006.

«Museu monográfico da Ammaia»

Uma das exposições demonstra a vida quotidiana da população que viveu nesta cidade romana, e a outra, - fruto do trabalho de um coleccionador, o senhor António Maãs, que viveu paredes-meias com as ruanas da cidade, na vizinha Quinta dos Olhos D´água, e que na sua época conseguiu, em parceria com o Prof. Leite de Vasconcelos, recolher uma importante colecção de peças da Ammaia.

«Inscrião em honra do imperador Cláudio, com a primeira referncia à Civitas Ammaiensis
(foto: Museu Nacional de Arqueologia)»

Uma parte dessa colecção encontra-se depositada no Museu Nacional de Arqueologia e a outra foi recentemente entregue ao Museu de Ammaia para estar patente no seu espaço museológico. Esta colecção/exposição é composta por diversas peças cerâmicas, inscrições, moedas, objectos de adorno e vidros romanos que foram recolhidos em Ammaia desde os inícios do séc. XX e que correspondem a uma das mais importantes colecções de vidros romanos da Península Ibérica.

Porta Sul

Os trabalhos nesta área identificaram duas estruturas circulares, que revelaram ser o arranque de duas torres. Estas ladeavam uma das portas da cidade, estando por sua vez adossadas à muralha romana, as torres possuem um diâmetro externo de 6,30m e estavam ligadas por um arco - Arco da Aramenha, transportado para Castelo de Vide.

Alargando-se a escavação para o interior da cidade, descobriu-se uma praça pública, pavimentada com blocos de granito muito regulares, o lajeado do lado direito possui um comprimento de 21,30m, e uma largura de 10,75m, do lado esquerdo, apenas se conservaram algumas lajes, in situ.

«Torre»

»Um pequeno dado de jogar, em osso, foi encontrado numa das torres da porta sul, no mesmo local onde foram também encontradas muitas moedas - será que os guardas transformavam a torre numa sala de jogo informal para matar o tédio? «

«Vista da entrada na cidade pela Porta sul»

Os lajeados ladeiam uma das principais ruas da cidade (Kardo Maximus), que segue em direcção ao Fórum, possuindo cerca de 4m de largura, no entanto, os vestígios da calçada original desapareceram, restando apenas as peças que constituíam a soleira da porta.

«Peça de granito da estrutura da soleira»

Esta soleira é formada por cinco peças de granito, duas delas encontradas in situ. A construção deste conjunto monumental na segunda metade do séc. I d. C., implicou a demolição parcial de algumas habitações mais antigas que remontam aos inícios do império.

«conjunto monumental - Porta sul»

Termas do Forum

Em 1996 identificou-se um pequeno tanque revestido por placas de mármore, que faria parte do complexo balneário do Forum. Seria provavelmente o tepidarium (tanque de água tépida), ou o frigidarium (tanque de água fria).

«Área das Termas do Forum»

A envolver este tanque surgem algumas estruturas pertencentes ao complexo termal. Recentemente, foi posta a descoberto parte de uma natatio, piscina maior do edifício, que poderia ser coberta ou ao ar livre. A oeste encontra-se a EN359 que destruiu uma parte significativa deste edifício.

Fórum e Templo

«podium do templo da civitas»

Na Tapada da Aramenha, eleva-se uma estrutura rectangular (18m x 9m), com uma altura máxima de 2,50m, correspondendo ao podium de um templo.

«Templo e Forum Romano»

Apresentando um enchimento de terra argilosa e opus incertum que seria revestido com blocos de granito e dividido em duas partes (a cella e o pórtico do átrio) por um muro transversal ainda visível. As escavações na área envolvente do podium permitiram delimitar o edifício com maior monumentalidade da cidade, o Forum.

«estruturas romanas do Forum»

Era aqui, que se centravam os poderes administrativo, religioso e judicial da civitas, rodeado por cerca de 20 lojas e onde a popula�o da cidade e da região vinha prestar culto às divindades do panteão romano e indígena.

«Radio past - Radiografia da cidade romana de Ammaia»

Nos últimos anos, várias equipas de arqueologia provenientes de toda a Europa têm desenvolvido um conjunto de métodos para o estudo de importantes sítios arqueológicos soterrados. O objectivo destes métodos que não destroem paredes, pisos e objectos que ainda estejam soterrados, é limitar intervençoes destrutivas e onerosas como as escavações.

«Projecto 2D - reconstituição da Porta sul e Forum romano»

Este trabalho inclui diferentes tipos de teledetecção (fotografia aérea, laser scanning, etc.), métodos geofísicos terrestres (georadar, prospecção magnética), SIG baseado em ferramentas de análise e visualização e outros sofisticados métodos de prospecção.

Estas tecnologias aplicadas podem ajudar os arqueólogos a adquirir uma visão mais precisa do passado soterrado e ajudá-los em experiências de reconstrução do «antigo mundo subterrâneo» e na divulgação dos resultados da investigação ao público.

«Trabalhos de protecção de estruturas no Templo (2010)»

A coordenação científica do projecto é da responsabilidade da Universidade de Évora, que contratou dois professores, o belga Frank Vermeulen e a italiana Cristina Corsi, para trabalhar com os arqueólogos portugueses Joaquim Carvalho e Sofia Borges.

Resultado desse trabalho, sabe-se agora que a praça pública de Ammaia está cercada por 20 lojas, um templo e uma basílica (tribunal) e foi embelezada com monumentais pórticos, estátuas e fontes. A partir deste plano 2D, obtido com esta nova tecnologia, os especialistas irão agora reconstruir um modelo 3D do coração da cidade romana e a longo prazo, está em projecto uma completa reconstrução digital da cidade.

O projecto Radio Past (www2.radiopast.eu) vai disponibilizar uma visita virtual à Cidade de Ammaia, em quiosques multimédia, com filmes e modulações 3D, durante o ano de 2011 e 2012.

Ammaia, «a das ruínas», de regresso « vida.»

O trabalho de recuperação e valorização da Cidade Romana de Ammaia, recebeu o Prémio Vilalva 2009 para a recuperação do património, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian.

"A grande relevância histórica, patrimonial e técnico-científica do projecto de recuperação e valorização de um sitio arqueológico ímpar no panorama nacional" foi o motivo que levou o júri a atribuir este prémio.

Lendas de Ammaia�

...Da grande cidade, nos principios deste século, apenas restavam à superfície alguns muros que a memória popular diz serem os que a terra não conseguiu engolir. As ruas e casas da velha urbe lentamente deram lugar a terrenos de lavoura. De quando em quando um arado vai mais fundo e levanta alguma cantaria ou canalização trazendo até à superfície alguns restos da desaparecida Ammaia. E, gradualmente, na tradição popular começou a construir-se uma lenda. A velha cidade da Aramenha tinha sido engolida pela terra durante um grande terramoto. A cidade está intacta, mas muito funda, dizem alguns. As telhas que o arado ainda arranca fazem parte dos telhados dos palácios soterrados, afirmam outros. À lenda da cidade soterrada associa-se a dos tesouros que ainda aí se guardariam. A procura destes lendários tesouros tem contribuído, ainda mais, para que os poucos muros e alicerces ainda sobreviventes sejam esventrados, acabando por ruir.

(1)Museu Monográfico da Cidade da Ammaia

Estão expostas peças da vida quotidiana das populações, que vão desde vidros a cerámicas. Uma parte deste espólio está no Museu Nacional de Arqueologia que, em conjunto com o Museu Monográfico da Ammaia constituem uma das mais importantes colecções de vidros romanos procedentes de um só local da Península Ibérica.

(2)Museu Municipal de Marvão - Arqueologia

A presença romana está bem testemunhada no Museu Municipal pelas cerâmicas, metais, vidros e documentos epigráficos. As escavações efectuadas na necrópole romana da Herdade dos Pombais e a Cidade Romana de Ammaia, foram as principais fontes do esp�óio exposto.

Localização: Igreja de Santa Maria
Morada: Largo de Santa Maria, Marvão

Fontes:

Fundação Cidade de Ammaia
(info: http://128934ed.110mb.com/)
MUNICIPIUM DE AMMAIA, PATRIMÓNIO ROMANO NO NORDESTE ALENTEJANO de Maria de Lourdes C. Tavares
(info: http://cienciasdonossotempo.no.sapo.pt/cidade_de_ammaia.htm )
Projecto Radiopast em Ammaia
(Info: http://www2.radiopast.eu/?page_id=390)
A Cidade Romana de Ammaia - Escavaçõees Arqueológicas 2000-2006 (2009)
Edições Colibri, Autoria: Sérgio Pereira
Câmara Municipal de Marvão - Cidade de Ammaia
Autor : Jorge de Oliveira
Cidade e foro na Lusitânia Romana. Mérida, 2009
"Ammaia e Civitas Igaeditanorum. Dois espaços forenses lusitanos."
Autor: VASCO GIL MANTAS
(info: https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13498/1/Vasco%20Gil%20Mantas%20-%20Ammaia%20e%20civitas%20Igaeditanorum.pdf)."
01
Fev11

UM LIVRO SOBRE MARVÃO E UM PORTAL PARA ELE

DELFOS
2011-01-25

"Promover o território de Marvão como destino turístico", dar a conhecer as várias atividades que são desenvolvidas naquele concelho, são os principais objetivos do livro e do portal sobre Marvão que vão ser lançados até ao mês de abril.

Segundo avançou o vereador do município de Marvão, José Manuel Pires, o novo portal e o livro, vão funcionar como uma “janela de oportunidades” para projetar o que o concelho tem de melhor.

Esta segunda feira assinalou-se a Restauração do Concelho de Marvão, que ocorreu em 1898.

Para assinalar a data o município procedeu á apresentação do livro Marvão: Território, Produtos e Actividades e do Portal www. marvao.pt."

Susana Mourato

Fonte:
Rádio Portalegre

http://www2.portalegredigital.pt/client/skins/portuguese/artigo.asp?page=1928

28
Jan11

O COMBOIO AINDA CONTINUA NO RAMAL

DELFOS
"Na sequência das discussões, quer aqui no blog, quer na lista de discussão, sobre o comboio e a sustentabilidade, resolvi fazer um post que espero que seja mais claro sobre o que defendo nesta matéria.
Para atalhar caminho, deixo já claro que enquanto utilizador acho a gestão da CP (conheço ainda pior a da REFER, e por isso não me pronuncio) razoavelmente incompetente. Mas isso é um pequeno problema quando comparado com o grande problema: a gestão da CP é politicamente dependente de gente ainda mais incompetente.
A discussão tem sido despoletada pelas recentes decisões de fecho de algumas linhas, gerando duas posições pavlovianas: os que defendem o Governo, sempre e em qualquer altura, qualquer que sejam os argumentos necessários; os que defendem a manutenção de linhas de comboio, sempre e em qualquer altura, quaisquer que sejam os argumentos necessários.
Misturar a linha da Lousã (que é uma pura estupidez de decisores que deviam ser julgados por gestão danosa e abuso de dinheiros públicos), com a linha do Tua não tem pés nem cabeça.
No primeiro caso alguém decidiu pegar numa coisa que funcionava (bem, mal, com prejuízo, tudo isso podemos discutir, mas funcionava), desmantelá-la, e depois de desmantelar dizer que afinal se enganou nas contas e já não tem dinheiro para fazer nada do que pensou, portanto fica tudo desmantelado.
No segundo caso há uma linha que passa em sítio nenhum, que ninguém usa e que é o exemplo típico das situações em que o comboio não é a boa solução de mobilidade.
Comecemos pelo princípio: o comboio é um meio de transporte pesado que se justifica quando existem grandes números (de pessoas, de carga ou dos dois) a deslocar de um ponto a outro. Nessas circunstâncias o comboio é útil e bem mais sustentável que o transporte rodoviário. Noutras circunstâncias não é assim. À grande vantagem na capacidade de transporte o comboio alia uma baixíssima flexibilidade. Ao relativamente baixo vaor de investimento, o comboio alia um elevado custo de operação.
Ora sustentabilidade inclui sustentabilidade económica.
Faz por isso sentido perguntar se os recursos de investimento disponiveis na REFER devem ser usados na linha do Tua ou no ramal do Porto de Aveiro. Faz sentido perguntar se os recursos na CP devem ser usados na melhoria da eficiência económica dos suburbanos de Lisboa e Porto ou no ramal de Cáceres.
Sim, eu sei que me falarão do facto dos transportes públicos não terem de dar lucro, sim, eu sei. Mas isso não significa que sejam um poço sem fundo, pelo contrário, implica uma definição ainda mais clara de prioridades. E implica que seja a eficiência das linhas que podem ser economicamente sustentáveis a pagar outras onde pode haver um prejuízo sensato. E implica que o Estado seja claro no que quer dos transportes públicos, o que implica disponibilizar os recursos financeiros necessários à execução da sua política (não os necessários à existência de transportes públicos).
É claro que me fez confusão descer ontem na estação (apeadeiro?) de Paialvo e ver uma estação totalmente renovada, não há muito, e fechada. Parece ser um erro de investimento (e está longe de me parecer o único do género).
Dou de barato que existem milhares de erros desses nas políticas de investimento da REFER e da CP, que passam a vida a mudar de vida (como se demonstra com o processo da Lousã).
Mas o facto de ser possível apontar erros, o facto de ser possível apontar um monte de investimentos alternativos ainda mais estúpidos, como algumas auto-estradas vazias (um post que gostaria de ter escrito) ou coisas que não sei classificar como aquele descampado também conhecido por aeroporto de Beja não invalida que não se faça um esforço para evitar a armadilha de defender o comboio sempre e em toda a parte, defendendo-o para funções que ele nunca poderá desempenhar satisfatoriamente.
Essa é uma bela maneira de o enterrar definitivamente."
27
Jan11

O ÚLTIMO SUSPIRO DO SENHOR RAMAL DE CÁCERES

DELFOS
"A Associação Portalegre em Transição está a organizar “um grupo para fazer “a última viagem do Comboio Regional no Ramal de Cáceres”, seguida de um jantar/debate sobre a importância deste meio de transporte em especial para a nossa região”.
O percurso de comboio terá partida no dia 31 de Janeiro às 18:50 da Estação da Beirã com chegada às 19:49 à Torre das Vargens onde apanhamos o Regional às 20h04 com destino a Portalegre chegando aí às 20:57. Em Portalegre segue-se depois um jantar/debate no “Restaurante A Estação”.
Os custos serão os bilhetes de comboio e 15 euros para o jantar. “Não estamos a contar fazer reservas para o comboio pois julgamos que vai ter espaço para toda a gente”, adiantam os organizadores da iniciativa.
Trata-se de uma oportunidade histórica de fazer esta viagem e de falarmos sobre a importância do comboio para o desenvolvimento desta região”, refere a Associação em comunicado. Será talvez a ultima vez que um comboio pára nas estações de Castelo de Vide, Vale do Peso e Cunheira!”, refere a Associação em comunicado.
"A Associação Portalegre em Transição agradece a todos os interessados em partivcipar na iniciativa que o confirmem para o mail joaoncardoso@gmail.com “para que possamos confirmar o número de pessoas para o jantar”.
Os organizadores recordam ainda que cada pessoa ou cada grupo deve tratar de “arranjar transporte para a Beirã e depois do jantar desde a estação de Portalegre uma vez que não existem transportes públicos disponíveis. Se alguém conseguir arranjar um transporte gratuito para o grupo comunique-nos que nós trataremos de divulgar pelos inscritos”.
A Associação Portalegre em Transição é um grupo local que se tem interessado por sensibilizar a população para a necessidade de diminuir a nossa dependência dos combustíveis fósseis e fazer face às mudanças climáticas.
Desde que nos apercebemos do eminente encerramento dos comboios regionais no Ramal de Cáceres que temos tentado divulgar a petição do “Grupo de Amigos da Ferrovia Norte Alentejana” (em  http://www.gafna.net) e as “enormes vantagens económicas sociais e ambientais do transporte ferroviário”. © NCV. "
 http://noticiasdecastelodevide.blogspot.com/2011/01/associacao-portalegre-em-transicao-esta.html
26
Jan11

MARVÃO: SUPRESSÃO DE COMBOIOS NO RAMAL DE CÁCERES

DELFOS
Num comunicado da edilidade de Marvão se pronuncia ainda "A C.P. – Comboios de Portugal  assume como sua missão, operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviário essenciais  para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social e  territorial. No entanto a partir de 1 de Fevereiro, o serviço de passageiros no Ramal de Cáceres, inaugurado a 06 de Junho de 1880, será reduzido a um comboio internacional se até lá não for alterada a intenção da C.P. – Comboios de Portugal.
Não entendemos as políticas adoptadas pela C.P. – Comboios de Portugal, que tem, apenas, em consideração a vertente económica / rentabilidade numa perspectiva redutora e de curto prazo, esquecendo a vertente social de um serviço público contrariando o isolamento, a desertificação e o empobrecimento da região.
Entendemos, ainda menos, porque inferimos que na sua gestão, a C.P., se desinteressou completamente pelo potencial deste ramal pois só assim se explica a permissividade perante uma degradação continuada da qualidade da oferta no que respeita ao transporte de passageiros no Ramal de Cáceres durante as últimas três décadas, designadamente, horários inadequados, mau atendimento, falta de informação, transbordos, má qualidade das automotoras, dando assim, escandalosamente, todas as oportunidades à concorrência, (transporte rodoviário) para se apoderar de uma clientela conquistada durante quase um Século.
Há cerca de 30 anos, uma viagem de comboio entre Marvão/Beirã e Lisboa levava, em média, quatro horas e vinte minutos, sem qualquer transbordo, hoje essa mesma viagem demora cinco horas, com transbordo e ainda sem a possibilidade de comprar um bilhete directo para Lisboa. Assim, obrigam-se as pessoas a deslocarem-se mais uma vez á bilheteira e a saltitar de comboio para comboio. Quase parece que falamos de um negócio em que a gerência não quer vender os seus produtos.
Acreditamos que uma melhor gestão do transporte associada às potencialidades da vertente turística tornarão possível a sustentabilidade, promovendo uma alternativa real ao transporte rodoviário, pelo que em meu nome e da Câmara Municipal manifestamos o nosso desacordo nesta intenção e solicitamos uma alteração da mesma.
O Presidente da Câmara Municipal de Marvão
Victor Frutuoso
Marvão, 25 de Janeiro de 2011" no espaço http://www.portalalentejano.com/?p=23763.
23
Jan11

O SECTOR FERROVIÁRIO ESTÁ EM CRISE

DELFOS
O que se está passando amigos e caros, o assunto e problema que se está passando com a linha do Ramal de Cáceres, o blog "Gavião no Alentejo" vos diz que não é só nestas paragens que a empresa CP está de abalada e vai de partida para outras paragens e outras visões.


Não meus amigos e caros, o pensais assim estáis mesmo muito mal enganados. O problema não é só por aqui e zona que se está manifestando. Ora vamos lá a ver se a gente lhe apanha mesmo muita bem, a prosa e a rima, o tocante ao assunto da linha férrea ou lá o boca terra boca terra...


O blog já vos tinha falado, nestas bandas, os nossos compadres alentejanos, os nossos compadres de Beja, que se encontrando com o mesmo problema, a sua linha Beja-Lisboa foi à vida e adeus ou lá Maria que foi um prazer enorme te conhecer um dia...


O blog, como não gosta de deixar a coisa pela metade tinha que vasculhar melhor o assunto. Entra no site e espaço do sindicato SNTSF SINDICATO NACIONAL DOS TRABALHADORES DO SECTOR FERROVIÃRIO e, "Depois desta grande manifestação impõe-se a continuação da luta, porque as empresas, apesar do Ministro afirmar que não há planos, estão a aplicá-los, como se comprova pelas decisões da CP em encerrar serviços no final deste mês e principio do próximo como por exemplo o encerramento do serviço no ramal de Cáceres e entre Setil e Coruche, para além de serviços rodoviários em linhas encerradas, medidas previstas no Plano de Actividades da empresa para 2011."


Mas a coisa não acaba aqui. Era bom u era sim senhora mas ela acaba aqui. Ao entrar no espaço da referida empresa, a CP, se nota algumas deliberações tomada por ela sobre mais linhas :


" 1.º Linha de Leixões  ---  supressão do Serviço Urbano  ---  1 de Fevereiro. A CP informa que, a partir de 1 de Fevereiro de 2011, os serviços Urbanos na Linha de Leixões serão suprimidos. A razão prende-se com o facto de não estarem reunidas as condições para a contuniedade do serviço..."



A coisa muita lenta no referido espaço da empresa citada e a fazer perder a paciência e o blog partiu para outra. No espaço :http://www.publico.pt/Local/pouco-dinheiro-e-pouca-gente-param-o-poucaterra_1473269?all=1 se pode ler :


" O serviço regional é dispendioso e a contenção orçamental não perdoa. A CP vai retirar-se de algumas linhas do país, deixando estações e apeadeiros vazios, e aldeias que já só verão passar os comboios de mercadorias. Na nova geografia ferroviária não há lugar para as regiões do Alentejo e do Norte.Foram-se os centros de saúde, os correios, as escolas primárias. Chegou agora a vez dos comboios. Em algumas terras do interior o pouca-terra vai deixar de apitar porque a CP decidiu suprimir a sua oferta onde ela é especialmente deficitária. O mapa ferroviário português vai voltar a encolher, deixando ainda mais a descoberto extensas áreas do país.

Na calha estão as linhas de Marvão a Torre das Vargens (65 quilómetros) e de Beja a Funcheira (62 quilómetros). Mas os cortes não atingem apenas o Interior profundo. No Ribatejo, entre Coruche e Setil (32 quilómetros) vai desaparecer uma experiência com pouco mais de um ano de reactivação de um serviço ferroviário. E mesmo em plena região urbana do Porto vai acabar uma oferta que começou torta e por isso nunca se endireitou: os 56 comboios diários entre Ermesinde e Leça do Balio (11 quilómetros).

Este serviço numa linha de mercadorias, inaugurado em Setembro de 2009, resultou da assinatura de um protocolo entre a CP, Refer e Câmara de Matosinhos, e deveria ter sido prolongado este ano até Leixões, mas a Câmara de Matosinhos e a Refer desentenderam-se e a CP aproveitou a birra para acabar com um serviço que só lhe dá prejuízo. E com isto já lá vão 170 quilómetros onde as automotoras da CP deixam de transportar passageiros.

Mas há que somar-lhes mais 144 quilómetros, que são as linhas que fecharam em 2009 com a promessa de que seriam reabertas depois de obras de modernização que as poriam como novas. Não foram simples declarações. Houve cerimónias e comitivas lideradas pela então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, a anunciar a autarcas e a governadores civis o radioso futuro das vias-férreas do Corgo (26 quilómetros) e do Tâmega (13 quilómetros). Meses antes tinham sido fechados os 51 quilómetros da linha Figueira da Foz-Pampilhosa (que serve Cantanhede). A Refer prometeu fazer obras. Mas já não há dinheiro.

E falta a linha do Tua, verdadeiro ex-líbris de um caminho-de-ferro do interior, encravado na rocha, sobre o qual sobraram promessas de modernização associadas ao turismo da região duriense. Da foz do rio Tua a Mirandela esta linha mede 54 quilómetros, parte dos quais ficarão inundados pela barragem da EDP. Por enquanto o serviço é assegurado por autocarros ao serviço da CP, mas, como era de esperar, a empresa vai acabar com isso. Afinal o seu negócio é comboios. Não é autocarros. Nova soma, e chegamos, pois, a 314 quilómetros.

A este mapa (ver página 6) falta juntar a os troços que estão fechados para obras e que, quando reabrirem, já não terão serviço regional. Será o caso do eixo Guarda-Covilhã (46 quilómetros) na linha da Beira Baixa e do troço Pinhal Novo-Vendas Novas na linha do Alentejo (42 quilómetros). Ao todo serão 356 quilómetros de linhas que ficam sem serviço regional, das quais 144 quilómetros desaparecem do mapa ferroviário nacional e 212 manterão ainda comboios de mercadorias e serviços de longo curso. Refer perde receitasEm relação a estas últimas, a supressão dos regionais significa que a empresa pública Refer vai continuar a ter gastos na manutenção e conservação das linhas, mas terá menos receita. Isto porque a CP pagar-lhe-á menos taxa de uso (portagem ferroviária) por já nelas não passarem tantos comboios. Já para a transportadora esta opção global representa um alívio nos seus prejuízos de exploração, esperando a empresa com este cortes contribuir para melhorar os seus resultados operacionais em 2011 na ordem dos 42,3 por cento.

Em entrevista ao PÚBLICO em 2/08/2010, José Benoliel, da CP, afirmava que "o país tem uma meditação a fazer - será que em todos os casos é o modo ferroviário o mais indicado para garantir a acessibilidade? Ou será que em determinadas circunstâncias não haverá outros modos de transporte muito mais aptos e eficazes?" Mas, a ter acontecido, esta meditação foi feita nos gabinetes e não debatida publicamente. A premência do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) ditou a decisão de acabar com os comboios mais deficitários. No entanto a CP assume como sua missão "operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviário como essenciais para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social e territorial". É o que consta no sítio da Internet da empresa, onde esta também refere que os seus valores são a "Verdade, Honestidade e Transparência". Apesar disso, a CP não deu ao CIDADES o número de passageiros transportados nas linhas que agora vêem desaparecer os comboios regionais, não se sabendo quantos milhares de pessoas são afectados com os encerramentos e o fim do serviço regional.

Mesmo nas linhas em que estes comboios não acabam, haverá redução do serviço prestado. A lista da CP prevê suprimir quatro comboios (dois em cada sentido) entre Régua e Pocinho - o que significa uma redução de 40 por cento face à oferta existente - e um comboio em cada sentido entre Vilar Formoso e Guarda (só circulam aqui três em cada sentido). Entre o Entroncamento e Castelo Branco vão desaparecer duas circulações em seis dias da semana e na linha do Sul serão suprimidos dois comboios diários entre Setúbal e Tunes e mais dois entre Funcheira e Setúbal. A transportadora vai ainda "avaliar a supressão de quatro circulações diárias entre Covilhã e Castelo Branco" e acabar com o único comboio directo que existe entre Caldas da Rainha e Coimbra.

Falta articulação

Em 2010, o serviço regional da CP deu 56,6 milhões de euros de prejuízo (dos quais 48 milhões foram prejuízos operacionais), o que não surpreende, tendo em conta que está desligado das restantes unidades de negócios da CP, com as quais não faz correspondências. A oferta da CP Longo Curso não está alinhada com a do Regional para potenciar o efeito de rede do sistema ferroviário. Há horários em que o comboio regional partiu alguns minutos antes da passagem do Alfa Pendular ou do Intercidades, e noutros casos o passageiro que queira prosseguir viagem não tem correspondência em tempo útil no regional.

A fraca procura - que tem grandes repercussões nos resultados de exploração - não se deve, por isso, apenas ao definhamento do interior. Nem tão-pouco ao facto de a A23 ter praticamente matado o serviço ferroviário da linha da Beira Baixa e de a A8 ter comprometido a procura na linha do Oeste. As razões têm, também, que ver com actos de gestão da CP, que foi relegando o serviço regional para as margens do sistema. Por exemplo, na linha do Norte, onde se situa a maior procura em termos de passageiros, a empresa decidiu que aquele serviço não seria prestado de Aveiro para norte. Quem quiser seguir para o Porto terá de mudar para um suburbano da CP Porto, o que limita as receitas dos regionais em favor da outra unidade de negócios.

Os transbordos desencorajam os passageiros a viajar de comboio (sobretudo se forem idosos, e há-os cada vez mais no país), mas a CP multiplica-os por toda a rede. Recentemente, deputados do PSD viajaram de comboio entre o Rossio e as Caldas da Rainha e tiveram que apanhar três comboios. Do Bombarral para Coimbra é preciso mudar duas vezes e viajar em três composições. E até a linha do Norte tem o serviço regional segmentando, obrigando os passageiros a saltitar de composição em composição.

Não é por acaso que a CP Regional e a CP Longo Curso resultam da cisão da antiga UVIR (Unidade de Viagens Interurbanas e Regionais). A administração separou a "carne do osso", acarinhou o longo curso (que tem uma taxa de cobertura próxima dos 100 por cento e poderá vir a ser privatizado ou concessionado) e deixou os serviços regionais com os prejuízos. E chegados a este ponto, um cidadão que olhe para o descalabro das contas da empresa conclui que as supressões de comboios são um acto de gestão inevitável. "

21
Jan11

SOBRE O RAMAL O BLOG AINDA VAI APANHANDO

DELFOS

Mas no http://www.sete24.com/sete24/?p=7677, de 11 de Janeiro de 2011 se pode ler: "

"Numa nota enviada às redacções, a Junta de Freguesia de Beirã (Marvão), refere que teve conhecimento de que a CP (Comboios de Portugal), tenciona por fim à circulação dos comboios de passageiros do Ramal de Cáceres a partir do dia 1 de Fevereiro, deixando de prestar um serviço público e social a grande parte do Nordeste Alentejano.

O serviço de passageiros no Ramal de Cáceres foi inaugurado no dia 6 de Junho de 1880, passados 131 anos o comboio vai ser retirado, decisão que a Junta de Freguesia de Beirã considera como mais uma perda da história local e acusa a CP de ter apenas “em consideração a vertente económica, esquecendo a vertente social, de um serviço público às populações, promovendo o isolamento, a desertificação e o empobrecimento da região”, lê-se no comunicado.
Em 2010 a CP lançou o Comboio Aventura no Ramal de Cáceres com destino à vila de Marvão em plena comunhão com o Parque Natural da Serra de São Mamede, onde o turismo de natureza constitui uma das vertentes mais procuradas pelos visitantes. esta iniciativa foi acarinhada pela população local, pois o turismo é uma das mais importantes actividades económicas do país, capaz de gerar emprego e desenvolvimento económico. A CP pretende agora terminar com este programa turístico e com os comboios de passageiros.

A Junta de Freguesia de Beirã está confiante que a decisão de retirada dos comboios de passageiros do Ramal de Cáceres não venha a ser concretizada, tendo vindo a sensibilizar a população e entidades para evitarem o encerramento de mais um serviço numa região em que a desertificação é uma realidade cada vez maior."

Entrando no site da referida Junta, a Junta de Freguesia da Beirã, um espaço muito bem conseguido, perfeito, completo, muita diversificado, concretamentamente em http://www.jfbeira.pt/, a referida nos dá um conjunto de fotografias e nos faz um pouco da história da linha da Estação da Beirã que a seguir o blog transcreve:

"Clique para ampliarNo entanto, desde logo se pensou em encurtar a distância por via férrea entre Lisboa e Madrid. Com este propósito, iniciaram-se em 1878 os trabalhos de construção de um novo troço de linha férrea, o qual, separando-se da Linha do Leste em Torre das Vargens, viria a entroncar na rede ferroviária do país vizinho na estação de Arroyo-Malpartida, na província de Cáceres e próximo desta cidade, a qual veio a dar o nome ao novo ramal.
No lado português, a extensão deste ramal é de 72,4 Km. manifestamente exagerada para a distância a vencer. A explicação é fácil, embora anedótica: a empresa construtora era paga ao Km e procurou, tanto quanto possível, aumentar a extensão da linha, com infelizes consequências que ainda hoje se fazem sentir. Com efeito, o traçado principalmente a partir de Vale do Peso, é excessivamente sinuoso e, embora levemente corrigido pontualmente aquando da recente renovação, não permite a realização de velocidades elevadas.
Apesar de tudo isto, a construção processou-se com notável rapidez, se atendermos aos meios da época, pois em 1879 já circulavam comboios de mercadorias. A inauguração oficial, até à estação de Marvão-Beirã efectuou-se em 6 de Junho de 1880, data a partir da qual os comboios de passageiros atingiram também aquela estação. Demorou algo mais a construção do lado espanhol, pois só em 1881 o caminho de ferro chegou a Valência de Alcântara.
A partir de então, este itinerário tem constituído a principal união ferroviária entre Portugal e Espanha.
A estação de Marvão-Beirã foi dotada mais tarde de um belo edifício do estilo chamado português, o qual como os de Vale do Peso e Castelo de Vide, está ornado de painéis de azulejos que ilustram os pontos de interesse do Alto Alentejo e do resto do pais."


O espaço, http://www.bloconiza.org/index.php?option=com_content&view=article&id=375:pela-manutencao-e-melhoramento-dos-comboios-regionais-no-ramal-de-caceres&catid=37:locais&Itemid=53,
disponibiliza em espaço seu o seguinte: 


"O Movimento por Marvão, associa-se a esta iniciativa e apela a todos e todas que nos seus espaços de influência lutem contra o encerramento dos comboios de passageiros no Ramal de Cáceres.


Uma das formas de o fazer pode passar pela assinatura de uma petição pública que podem encontrar no seguinte endereço:


O interior cada vez mais isolado, desertificado, levará Portugal para desequilíbrios inaceitáveis. Não podemos permitir que isso aconteça. As populações do interior merecem as mesmas condições de vida que as do litoral.

MpM
11 de Janeiro de 2011

CRATO: Câmara contra encerramento do Ramal de Cáceres

Na sua primeira reunião de 2011, a Câmara Municipal do Crato, foi aprovado por unanimidade a seguinte posição sobre o anunciado encerramento do Ramal de Cáceres:
Considerandos:
1. A política economicista prosseguida pelo Governo vem agravar as assimetrias existentes no País acentuando o fosso entre o interior e o litoral e votando ao abandono as regiões mais deprimidas do País.
Com o argumento do défice e da poupança a todo o custo o Governo tem vindo a encerrar serviços públicos essenciais à vida das populações – primeiro foram os centros de saúde, os correios, as escolas primárias, os serviços de segurança social, agora chegou a vez dos comboios deixando ainda mais isoladas as vilas e as cidades do interior do País.
2. Para cumprimento dos critérios do PEC aprovados na Assembleia da República pelo PS e pelo PSD e implementados pelo Governo, a administração da empresa pública CP faz tábua rasa da sua missão de “operar em todo o território nacional, oferecendo serviços de transporte público ferroviários como essenciais para o desenvolvimento do País e para a coesão nacional e territorial” e propõe-se deixar 356 quilómetros de linhas sem serviço regional, dos quais 144 quilómetros desaparecem do mapa ferroviário nacional e 212 manterão apenas comboios de mercadorias e serviços de longo curso.
3. Esta decisão que afectará principalmente as regiões onde a oferta ferroviária é mais deficitária prejudicando directamente milhares de passageiros numa estratégia de gestão que, em última análise vem desmantelar a oferta pública de comboios regionais, privilegiando a oferta de longo curso com vista à sua eventual privatização.
Só na região do Alentejo este plano de desmantelamento da oferta regional ferroviária afectará 162 quilómetros de linhas que atravessam os distritos de Beja, Évora, Setúbal, Portalegre e fazem a ligação internacional à Estremadura espanhola.
4. A anunciada desactivação do Ramal de Cáceres, na totalidade dos 65 quilómetros que ligam Marvão a Torre das Vargens, e que integra a estação de Vale do Peso, no concelho do Crato, implica o ainda maior isolamento do distrito de Portalegre e a redução dos seus instrumentos de desenvolvimento, de mobilidade e de emprego.
5. O encerramento do serviço de passageiros no Ramal de Cáceres, na Linha do Alentejo, na Linha de Vendas Novas, na Linha da Beira Baixa, no Ramal da Figueira da Foz, na Linha do Tua, na Linha do Corgo, na Linha de Leixões e no Tâmega, num total de 356 quilómetros de linhas que ficam privados de serviço ferroviário regional, dos quais 194 quilómetros se situam no Alentejo e Ribatejo, significa o profundo desinvestimento do Governo em todo o interior do País e em particular no Alentejo e no distrito de Portalegre, provocando o seu definhamento e o encerramento a prazo de toda uma região.
Com estes fundamentos a Câmara Municipal do Crato deliberou, por unanimidade:
1.
Manifestar-se contra o encerramento das linhas supra identificadas e em especial o Ramal de Cáceres em resultado da anunciada intenção da CP de desmantelar o serviço ferroviário regional, por prejudicar as populações da freguesia de Vale do Peso, do concelho do Crato e de todo o distrito de Portalegre.
2. Solicitar ao Senhor Presidente da República, ao Senhor Primeiro Ministro, ao Senhor Ministro dos Transportes e aos Grupos Parlamentares, a devida intervenção para que seja mantido o funcionamento do Ramal de Cáceres a que as populações da freguesia de Vale do Peso, do concelho do Crato e de todo o distrito de Portalegre têm direito e merecem, garantindo a manutenção dos serviços ferroviários regionais agora postos em causa e promovendo a sua qualificação ao serviço das populações.
3. Tornar pública a presente deliberação.

Crato, 5 de Janeiro de 2011
FONTE: CM Crato"



Mas ontem o blog vos falava meus caros, a de Beja lhe parecia, ao blog, a ligação entre Beja e Lisboa, a coisa e assunto lhe parecia, ficou com a sensação que ia ter uma morte anunciada.
Hoje sem querer, no http://www.alentejopopular.pt/noticias.asp?id=5968 se consta para o vosso conhecimento e para saber o vosso:


"Face à intenção da CP de suprimir a ligação ferroviária Intercidades entre Lisboa e Beja, o Partido Comunista Português apresentou na Assembleia da República uma proposta em defesa da manutenção da ligação Intercidades e da sua qualificação em termos de oferta e também de adequação dos horários às necessidades dos utentes.
Esta proposta foi discutida no Parlamento no dia 12, simultaneamente com a petição entregue em Maio de 2010 e subscrita por 4663 utentes da linha do Alentejo que reclamavam o não encerramento da linha.
«Lamentavelmente, PS, PSD e CDS continuam mais preocupados com os lucros das empresas de transportes do que com os direitos e interesses das populações que dizem representar e inviabilizaram a aprovação da proposta, com os votos contra do PS e a abstenção de PSD e CDS», revela o PCP.
Os comunistas reiteram «a sua firme determinação em lutar pela melhoria das condições de vida de todos os alentejanos, incluindo a melhoria das ligações ferroviárias que devem ser postas ao serviço das necessidades das populações e do desenvolvimento da região».
No projecto de resolução que defende a manutenção do serviço Intercidades Lisboa-Évora e Lisboa-Beja e reclama a sua qualificação em termos de oferta e adequação de horários, os deputados do PCP (incluindo João Ramos, eleito por Beja, e João Oliveira, eleito por Évora) escrevem:
«Depois de em 2006 terem inaugurado com pompa e circunstância a ligação Intercidades Lisboa-Évora, o Governo, a Refer e a CP anunciaram em 2010 o encerramento da linha ferroviária entre Bombel e Évora, com a consequente suspensão do serviço Intercidades Lisboa-Évora e Lisboa-Beja.
Esta decisão foi então justificada pela Refer e pelo Governo com a necessidade de realizar investimentos de requalificação da linha. Apesar de haver a possibilidade de realizar esses investimentos mantendo a circulação dos comboios e a prestação do serviço aos utentes, o Governo e a Refer defenderam que a linha devia ser temporariamente encerrada porque assim a duração das referidas obras poderia ser de 6 meses e não de um ano.
Ao contrário do que Governo e Refer prometeram, afinal as obras vão mesmo durar pelo menos um ano, com todos os prejuízos que daí advêm para os utentes e para as populações.
Para além disto, já então havia uma legítima preocupação relativamente ao que viria a ser o futuro daquelas ligações ferroviárias, tendo o PCP alertado para possibilidade de estar em preparação uma redução de serviços ferroviários.
E não foi só o PCP. Os próprios utentes das ligações ferroviárias entre o Alentejo e Lisboa tinham consciência de que com o encerramento temporário da linha poderia ficar facilitada uma redução das ligações ferroviárias. Por isso foi entregue na Assembleia da República uma petição reclamando o não encerramento da linha e a manutenção da ligação Intercidades entre Lisboa e Évora que recolheu 4433 assinaturas.
Passados oito meses do encerramento da linha e da suspensão da ligação ferroviária, o Governo já confirmou a ultrapassagem do tempo previsto para a realização das obras e surgem agora notícias que dão conta da intenção da CP suprimir o serviço Intercidades, integrando as respectivas ligações no serviço regional, aguardando esta decisão apenas o aval do Governo.
Estas notícias confirmam as preocupações manifestadas pelo PCP e pelos utentes e, a concretizarem-se, traduzir-se-iam num grave prejuízo para as populações do Alentejo e utentes da ligação ferroviária com a capital do País, acarretando ainda significativos prejuízos para uma região já de si muito penalizada pelas profundas assimetrias regionais que se mantêm entre o interior e o litoral do País.
Confirmam ainda de forma muito preocupante que os critérios que norteiam a gestão da CP e a estratégia do Governo são de desmantelamento da empresa e do serviço público e de entrega do sector aos interesses privados, desvalorizando e atacando os direitos de quem trabalha e os interesses dos utentes e do País.
A CP e o Governo parecem estar muito interessados na possibilidade de redução em cerca de 40% dos custos com a exploração da linha que esta redução das ligações ferroviárias permitiria mas não parecem nada preocupados com os prejuízos que daí advêm para os utentes e para o Alentejo».
Perante esta situação, os deputados do PCP propuseram que a Assembleia da República tomasse posição em defesa dos interesses das populações e dos utentes e exigisse do Governo igual comportamento. Nos termos da proposta, o Parlamento devia «recomendar ao Governo que garanta a manutenção do serviço Intercidades Lisboa-Évora e Lisboa-Beja, qualificando-o em termos de oferta e de adequação de horários aos interesses dos utentes e das populações». Infelizmente, os deputados do PS – incluindo Pita Ameixa, eleito por Beja –, apoiados pelos do PSD e PP, chumbaram a proposta."


Vai ser muita interessante, a malta e pessoal da Zona, contemplar o que se vai passar com esta.
Será interessante vir a verificar se esta terá a mesma sorte e morte anunciada e lhe vai seguir o mesmo exemplo que a de Beja e alguém de direito lá na Assembleia da República o destino lhe vai dar o mesmo.
Apetece dizer que Lisboa não gosta mesmo da gente e esta alma alentejana como povo. Nestes tempos que correm está ficando muito apertada a vida destes seres por estas paragens e se está a entrar num deserto. Apetece fugir e ir para Espanha ou Brasil, que não lá Lisboa que não está lá sendo coisa muito boa...


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