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02
Fev11

CIDADE ROMANA DE AMMAIA NO CONCELHO DE MARVÃO

DELFOS
2011/02/01 Posted in: Alentejo, Cidades Romanas em Portugal e no espaço http://www.portugalromano.com/?p=670 "

- Próximo da vila de Marvão surge um dos mais importantes vestígios da civilização romana no Norte Alentejo e embora a crea escavada ainda seja diminuta, é possível verificar todo o seu potencial enquanto vestígio de uma cidade romana que não sofreu o continuo assentamento urbano de diferentes épocas no mesmo espaço.

«Entrada sul da cidade»

A cidade de Ammaia terá sido fundada provavelmente entre o final do século I a. C., e o início do século I d. C., aparentemente segundo as regras do ordenamento do território de Vitrúvio, arquitecto e urbanista romano do século I a.C, como parecem demonstrar os vestígios até agora encontrados.

«Vista da serra do Marvão»

Os testemunhos epigráficos amaienses, ainda que não indiquem datas, sugerem uma valorização da cidade por meados do século I, muito provavelmente em consequência de um processo desenvolvido no âmbito da promoção de numerosos centros urbanos na Hispánia meridional por iniciativa do Imperador Cláudio.

Conservada e sem quaisquer construçõeses na sua área de implementação, encontra-se apenas descoberto a porta sul, o podium de um templo, e numa fase inicial as termas, as piscinas e os canais de água, apenas 2% da área total da cidade, com cerca de 20ha e onde se estima terem habitado entre 4 e 5 mil habitantes.

A Ammaia apresenta uma malha urbana muito bem delimitada tendo sido detectados até ao momento diversos edifícios públicos, adivinhando-se também a existência de uma basílica, um teatro e um anfiteatro.

A cidade romana terá sido ocupada pelo menos até meados do século VI d.C., abandonada posteriormente a esta data, tendo sido ocupada esporadicamente após esse período, mantendo apenas uma população residual, altura em que terão surgido outros aglomerados populacionais com carácter mais defensivo que lhe tomaram o lugar, ter-se-á dado assim o aparecimento de Marvão, Marwan para os povos islámicos que no século IX ocupam toda a região do Alto Alentejo.

Arqueologia em AMMAIA

Civitas Ammaia, julgou-se até 1935 que essa cidade teria existido no local onde se viria a desenvolver Portalegre. Essa confusão ficou a dever-se a uma inscrição romana identificada numa parede da ermida do Espírito Santo daquela cidade na qual se referia o município de Ammaia. Contudo, sabe-se hoje que muita pedra aparelhada com que foram construção dos alguns dos principais edifícios de Portalegre foi trazida das ruínas de AMMAIA.

Entre essas pedras encontrava-se a ara que agora se guarda no Museu de Portalegre e que motivou tanta confusão.

Da cidade de Ammaia, sobretudo a partir do século XVI, sairam muitas pedras com que se construiram palácios e igrejas em Portalegre, muitas também foram utilizadas na construção das muralhas de Marvão e de Castelo de Vide e em várias edificaçõeses particulares.

Até que Leite de Vasconcelos identificou a nova inscriçãoo entre as ruinas da Aramenha, estas eram consideradas como os restos de uma cidade denominada Medóbriga. A atribuição do nome Medóbriga ficou a dever-se sobretudo a André de Resende e a inscrição desse topónimo numa lápide que se encontra na Ponte Romana de Alcântara.

Uma das portas da sua velha muralha foi transportada para Castelo de Vide em 1710 e posteriormente destruída.

«Arco da antiga porta de Ammaia em Castelo de Vide»

Num trabalho datado de 1852 o investigador espanhol D. José de Viu refere, que no seu tempo, mais de vinte belas estátuas de mármore recolhidas na Aramenha foram vendidas para Inglaterra.

A Fundaão Ammaia estabeleceu já contactos com instituições museológicas inglesas para saber onde podem ter ido parar as esculturas, mas até agora sem resultados...

... Resta apenas uma, que pode ser vista no museu de Ammaia, tem sido atribuíada a Britânico, o infeliz filho de Cláudio e de Messalina, nascido em 42 e assassinado em 55, o que permitiria situar a estátua e o forum, se a escultura fazia parte de um programa destinado ao mesmo, por meados do século I. Mas existe outra hipótese, que é a de atribuir a estátua a Nero, filho do primeiro casamento de Agripina e que foi adoptado por Cláudio em 50, com doze anos de idade, recebendo, dois anos depois, o título de Princeps Iuventutis. Embora o estado da peça não permita avançar muito mais, quer se trate de Britânico ou de Nero, este testemunho sugere, mais uma vez, uma data para início da construçao do forum próxima do final do principado de Cláudio.

«Estátua de togado com bulla, achada na Escusa (Museu da Ammaia) - tem sido atribuída a Britânico»

Nas últimas décadas foi possível começar a recolher algumas inscriões que se mostram hoje no Museu Municipal de Marvão (2). Sobretudo pelas mãos de António Maçãs e Leite de Vasconcelos foram carregados para o Actual Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa inúmeras peças recolhidas em Ammaia.

«Museu monográfico da Ammaia»

«a cidade foi engolida pela terra»

Com o inicio dos trabalhos arqueológicos em Ammaia, ( Outubro de 1994 ), começou a constatar-se que, sobretudo a zona baixa da cidade, se encontrava bem preservada sob uma uniforme camada de terras e calhaus rolados, transportados a grande velocidade provenientes das cotas mais elevadas. Começava-se, assim, a confirmar o que a memória popular tinha guardado - «a cidade foi engolida pela terra». Por causas ainda não determinadas verifica-se que entre os séculos V e o IX, da nossa era, a cidade de Ammaia, já em decadência, sofreu os efeitos de um qualquer cataclismo que ao soterrá-la a conservou, proporcionando que a uma profundidade média de 80 cm se possam identificar importantes estruturas arquitectónicas, como a grande praça pública lajeada que ladeia uma das portas da cidade. Na área do forum levanta-se o podium de um templo e por uma área superior a 17 hectares são visíveis testemunhos da cidade de Ammaia. Numa das encostas sobranceiras ao Rio Sever rasga-se o assento das bancadas de um recinto para espectéculos públicos.

«Termas do Forum»

Os mosaicos, aquedutos e calçadas que os autores dos séculos XVI, XVII e XVIII referem, ainda não foram identificados. Neste momento apenas uma ínfima parte da zona baixa da Cidade de Ammaia foi objecto de escavaço e estudo, possibilitando, mesmo assim, recuperar um conjunto muito significativo de materiais arqueológicos e evidenciar estruturas habitacionais e públicas de grande importância.

Descrita por autores clássicos como Plínio, pelos autores árabes, como Isa Ibn Áhmad ar-Rázi, e pelos mais conhecidos escritores e historiadores desde o século XVI.

A par do interesse pela investigação de uma das poucas cidades romanas que não se esconde sob construções de épocas posteriores, que por norma inviabilizam estudos alargados e sistemáticos, a maior parte da área ocupada pelas ruínas foi adquirida tendo em vista a sua escavação e recuperação.

Ammaia Romana

Do que resta da ocupa�o humana na cidade, para alem dos vestígios habitacionais, o visitante poder� desfrutar de uma visita ao Museu monográfico (1) onde estão patentes duas exposições com materiais que foram recolhidos ao longo dos tempos na cidade, quer no decorrer dos trabalhos agrícolas, quer j� com a realização de escavações arqueológicas no período entre os anos de 1995 e 2006.

«Museu monográfico da Ammaia»

Uma das exposições demonstra a vida quotidiana da população que viveu nesta cidade romana, e a outra, - fruto do trabalho de um coleccionador, o senhor António Maãs, que viveu paredes-meias com as ruanas da cidade, na vizinha Quinta dos Olhos D´água, e que na sua época conseguiu, em parceria com o Prof. Leite de Vasconcelos, recolher uma importante colecção de peças da Ammaia.

«Inscrião em honra do imperador Cláudio, com a primeira referncia à Civitas Ammaiensis
(foto: Museu Nacional de Arqueologia)»

Uma parte dessa colecção encontra-se depositada no Museu Nacional de Arqueologia e a outra foi recentemente entregue ao Museu de Ammaia para estar patente no seu espaço museológico. Esta colecção/exposição é composta por diversas peças cerâmicas, inscrições, moedas, objectos de adorno e vidros romanos que foram recolhidos em Ammaia desde os inícios do séc. XX e que correspondem a uma das mais importantes colecções de vidros romanos da Península Ibérica.

Porta Sul

Os trabalhos nesta área identificaram duas estruturas circulares, que revelaram ser o arranque de duas torres. Estas ladeavam uma das portas da cidade, estando por sua vez adossadas à muralha romana, as torres possuem um diâmetro externo de 6,30m e estavam ligadas por um arco - Arco da Aramenha, transportado para Castelo de Vide.

Alargando-se a escavação para o interior da cidade, descobriu-se uma praça pública, pavimentada com blocos de granito muito regulares, o lajeado do lado direito possui um comprimento de 21,30m, e uma largura de 10,75m, do lado esquerdo, apenas se conservaram algumas lajes, in situ.

«Torre»

»Um pequeno dado de jogar, em osso, foi encontrado numa das torres da porta sul, no mesmo local onde foram também encontradas muitas moedas - será que os guardas transformavam a torre numa sala de jogo informal para matar o tédio? «

«Vista da entrada na cidade pela Porta sul»

Os lajeados ladeiam uma das principais ruas da cidade (Kardo Maximus), que segue em direcção ao Fórum, possuindo cerca de 4m de largura, no entanto, os vestígios da calçada original desapareceram, restando apenas as peças que constituíam a soleira da porta.

«Peça de granito da estrutura da soleira»

Esta soleira é formada por cinco peças de granito, duas delas encontradas in situ. A construção deste conjunto monumental na segunda metade do séc. I d. C., implicou a demolição parcial de algumas habitações mais antigas que remontam aos inícios do império.

«conjunto monumental - Porta sul»

Termas do Forum

Em 1996 identificou-se um pequeno tanque revestido por placas de mármore, que faria parte do complexo balneário do Forum. Seria provavelmente o tepidarium (tanque de água tépida), ou o frigidarium (tanque de água fria).

«Área das Termas do Forum»

A envolver este tanque surgem algumas estruturas pertencentes ao complexo termal. Recentemente, foi posta a descoberto parte de uma natatio, piscina maior do edifício, que poderia ser coberta ou ao ar livre. A oeste encontra-se a EN359 que destruiu uma parte significativa deste edifício.

Fórum e Templo

«podium do templo da civitas»

Na Tapada da Aramenha, eleva-se uma estrutura rectangular (18m x 9m), com uma altura máxima de 2,50m, correspondendo ao podium de um templo.

«Templo e Forum Romano»

Apresentando um enchimento de terra argilosa e opus incertum que seria revestido com blocos de granito e dividido em duas partes (a cella e o pórtico do átrio) por um muro transversal ainda visível. As escavações na área envolvente do podium permitiram delimitar o edifício com maior monumentalidade da cidade, o Forum.

«estruturas romanas do Forum»

Era aqui, que se centravam os poderes administrativo, religioso e judicial da civitas, rodeado por cerca de 20 lojas e onde a popula�o da cidade e da região vinha prestar culto às divindades do panteão romano e indígena.

«Radio past - Radiografia da cidade romana de Ammaia»

Nos últimos anos, várias equipas de arqueologia provenientes de toda a Europa têm desenvolvido um conjunto de métodos para o estudo de importantes sítios arqueológicos soterrados. O objectivo destes métodos que não destroem paredes, pisos e objectos que ainda estejam soterrados, é limitar intervençoes destrutivas e onerosas como as escavações.

«Projecto 2D - reconstituição da Porta sul e Forum romano»

Este trabalho inclui diferentes tipos de teledetecção (fotografia aérea, laser scanning, etc.), métodos geofísicos terrestres (georadar, prospecção magnética), SIG baseado em ferramentas de análise e visualização e outros sofisticados métodos de prospecção.

Estas tecnologias aplicadas podem ajudar os arqueólogos a adquirir uma visão mais precisa do passado soterrado e ajudá-los em experiências de reconstrução do «antigo mundo subterrâneo» e na divulgação dos resultados da investigação ao público.

«Trabalhos de protecção de estruturas no Templo (2010)»

A coordenação científica do projecto é da responsabilidade da Universidade de Évora, que contratou dois professores, o belga Frank Vermeulen e a italiana Cristina Corsi, para trabalhar com os arqueólogos portugueses Joaquim Carvalho e Sofia Borges.

Resultado desse trabalho, sabe-se agora que a praça pública de Ammaia está cercada por 20 lojas, um templo e uma basílica (tribunal) e foi embelezada com monumentais pórticos, estátuas e fontes. A partir deste plano 2D, obtido com esta nova tecnologia, os especialistas irão agora reconstruir um modelo 3D do coração da cidade romana e a longo prazo, está em projecto uma completa reconstrução digital da cidade.

O projecto Radio Past (www2.radiopast.eu) vai disponibilizar uma visita virtual à Cidade de Ammaia, em quiosques multimédia, com filmes e modulações 3D, durante o ano de 2011 e 2012.

Ammaia, «a das ruínas», de regresso « vida.»

O trabalho de recuperação e valorização da Cidade Romana de Ammaia, recebeu o Prémio Vilalva 2009 para a recuperação do património, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian.

"A grande relevância histórica, patrimonial e técnico-científica do projecto de recuperação e valorização de um sitio arqueológico ímpar no panorama nacional" foi o motivo que levou o júri a atribuir este prémio.

Lendas de Ammaia�

...Da grande cidade, nos principios deste século, apenas restavam à superfície alguns muros que a memória popular diz serem os que a terra não conseguiu engolir. As ruas e casas da velha urbe lentamente deram lugar a terrenos de lavoura. De quando em quando um arado vai mais fundo e levanta alguma cantaria ou canalização trazendo até à superfície alguns restos da desaparecida Ammaia. E, gradualmente, na tradição popular começou a construir-se uma lenda. A velha cidade da Aramenha tinha sido engolida pela terra durante um grande terramoto. A cidade está intacta, mas muito funda, dizem alguns. As telhas que o arado ainda arranca fazem parte dos telhados dos palácios soterrados, afirmam outros. À lenda da cidade soterrada associa-se a dos tesouros que ainda aí se guardariam. A procura destes lendários tesouros tem contribuído, ainda mais, para que os poucos muros e alicerces ainda sobreviventes sejam esventrados, acabando por ruir.

(1)Museu Monográfico da Cidade da Ammaia

Estão expostas peças da vida quotidiana das populações, que vão desde vidros a cerámicas. Uma parte deste espólio está no Museu Nacional de Arqueologia que, em conjunto com o Museu Monográfico da Ammaia constituem uma das mais importantes colecções de vidros romanos procedentes de um só local da Península Ibérica.

(2)Museu Municipal de Marvão - Arqueologia

A presença romana está bem testemunhada no Museu Municipal pelas cerâmicas, metais, vidros e documentos epigráficos. As escavações efectuadas na necrópole romana da Herdade dos Pombais e a Cidade Romana de Ammaia, foram as principais fontes do esp�óio exposto.

Localização: Igreja de Santa Maria
Morada: Largo de Santa Maria, Marvão

Fontes:

Fundação Cidade de Ammaia
(info: http://128934ed.110mb.com/)
MUNICIPIUM DE AMMAIA, PATRIMÓNIO ROMANO NO NORDESTE ALENTEJANO de Maria de Lourdes C. Tavares
(info: http://cienciasdonossotempo.no.sapo.pt/cidade_de_ammaia.htm )
Projecto Radiopast em Ammaia
(Info: http://www2.radiopast.eu/?page_id=390)
A Cidade Romana de Ammaia - Escavaçõees Arqueológicas 2000-2006 (2009)
Edições Colibri, Autoria: Sérgio Pereira
Câmara Municipal de Marvão - Cidade de Ammaia
Autor : Jorge de Oliveira
Cidade e foro na Lusitânia Romana. Mérida, 2009
"Ammaia e Civitas Igaeditanorum. Dois espaços forenses lusitanos."
Autor: VASCO GIL MANTAS
(info: https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/13498/1/Vasco%20Gil%20Mantas%20-%20Ammaia%20e%20civitas%20Igaeditanorum.pdf)."
02
Fev11

IX FEIRA MEDIEVAL DE BELVER

DELFOS

19 e 20 Junho - Junho 2010
FEIRA MEDIEVAL DE BELVER

15 h - Cortejo Régio pelas ruas do Burgo e Autos de abertura no Mercado na praça; visita do Meirinho e do Homem da Vara para aferição dos pesos e medidas às Tendas de Mercadores, Almocreves e Carroças de Bufarinheiros: o Arauto anuncia a Ordem do Alcaide de aprestar todos os homens válidos para a guerra a mando de El-Rei D. João I contra os esbulhamentos constantes de Castela; treinos de combate pela milícia de Homens na Praça de Armas; comeres da região de Entre Tejo e Guadiana e beberes da pipa nas tabernas do mercado; adestramento de falcões e águias; treinos com Arco para a Caça de Montaria; construção de máquinas de guerra pelos soldados e carpinteiros; o contador de histórias narra a saga do Castelo hospitalário; as melodias e trovas dos Menestréis e Trovadores nas sacadas dos varandins; as bailas e as danças ao som da gaita de foles nos terreiros da praça; a boa chegada dos Romeiros e Peregrinos de Santiago de Compostela e seu agasalho no Mosteiro; comeres tradicionais e beberes de mão-cheia nas tabernas do burgo; desaguisado entre fidalgos brigões vassalos de D. João I e alguns cavaleiros fracos vassalos de El-Rei de Castela, na taberna das Alcoviteiras e invocação do Juízo de Deus na Baforda de Armas; fiscalização das Tabernas e Vinhos pelo Almotacem; certificação dos Mesteirais e Mestres de Ofícios e Artes pelo Almoxarife; ronda pelo Mercado dos Beleguins e Aguazis; mudança de turno nas Atalaias do Castelo; o Aurato anuncia a todos a chegada de D. João I; adestramentos de Falcoaria para a caça altaneira e corridas de burros aguadeiros; danças e folias com Saltimbancos e Menestréis; comeres fartos e beberes frescos nas tabernas da Feira, D. João I, desavindo com El-Rei de Leão entra no Castelo para o defender; assédio ao Castelo por uma mesnada do Rei de Leão e Castela; cerco Leonês com engenhos de guerra e a socorro de D. Nuno Álveres Pereira, Condestável do Reino em visita aos Monges Hospitalários acantonados no Castelo; os festejos da vitória com danças e folguedos e o anúncio de restauro com novo alçado de torres; a festa sarracena com danças do ventre e a arte do encantador de serpentes.

24h00 - Concerto musical nas tabernas e locandas com "Os Fonte da Pipa"

15 h - Mercadores e artesãos iniciam as suas actividades de comércio Já o visitador fez as suas ablusões, já rezou missa e já todos se benzeram em dia santo. Aproveitando a presença do ilustre prelado, o tabelião anuncia a sua erudição lendo a boa voz os termos e prazos da Comenda de Belver. Um bando de mendigos e maltrapilhos consola-se ao sol, partilhando alarvemente um osso de presunto aparecido por artes do demo junto a uma barrica de vinho maduro. Há um cheiro de festa no ar. Sacudiram-se as palhas das enxergas, afastaram-se as teias de aranha, enxotaram-se as lêndeas para o terreiro e até água quase cristalina se vê a escorrer das cabeças acabadas de lavar.
As atalaias já lançaram o alerta e todos acorrem às bermas do caminho para tocar e quiçá beijar as santas vestes do prelado.
Por ocasião da chegada do visitador do Arcebispado de Évora ao Castelo de Belver, saindo os Monges beneditinos a receber sua Iminência junto à sombria frescura dos espigueiros, o senhor de Belver manda aparelhar todos os seus validos na praça de armas. Haverá, um singelo preito ao visitador, um torneio de armas a cavalo na Praça de Armas. E como de alguns mais hábeis escudeiros se fará o adubamento de cavalaria para serviço de defesa do raiano ermo castelo, assim se aproveita a presença de tão ilustre clerezia para abençoar as lides castrenses, permiando-se a singular destreza no maneio das ditas e a boa cortesia no trato. E ao torneio ocorrerão as gentes dos povoados em redor, refrescando as goelas nas tendas dos vinhos e os ávidos olhares nas bancas dos mesteirais e nas recheadas carroças dos almocreves.
Os homens bons do conto dos besteiros acorrem a receber a receber as alfaias para disputarem as pontarias no cibo. Virão também os Arqueiros do concelho fazendo-se acompanhar pelos Monteiros e suas matilhas.
Após estas provas de habilidade com o Arco e Bésta, serão apurados os melhores para o Torneio de Arco do dia seguinte.
Por ora, os Falcoeiros da Alcaidaria mostrarão as habilidades das suas aves de caça. Desejando agradar ao visitador, o senhor de Belver manda que se façam alguns jogos populares entre os camponeses com o intuito de escolherem os mais capazes para incorporar a comitiva de homens de armas do arcebispo de Évora. Jogos de força, de destreza, de habilidade e de bravura põem à prova alguns homens desejosos de melhorar as suas condições de vida.
E eis que chegou a hora dos cavaleiros e infanções mostrarem a sua perícia em justas de cortesia. As amadas donzelas ofertam lenços bordados aos seus paladinos. O único prémio será cortês e os pares não guardarão rancores.
Quanto aos escuteiros, os mais afortunados terão a honra de contar com o apadrinhamento e apoio dos seus senhores, procurando por todos os meios, exibir as suas afoitas qualidades e destreza no manejo das armas.
Haverá benção e adubamento de cavaleiros.
E antes ainda de anoitecer, far-se-á festa ao som dos manestréis e jograis, bailando-se em redor com muita parcimónia.
O vinho escorrerá dos odres para as escudelas e o povo lamberá os beiços sôfregos enquanto gargalha, alarve, com as momices dos bufões.
Alça-se o senhor e retiram-se as damas para o descanço na alcáçova, esvaziando-se o terreiro.
Juízos de malfeitores, desmandos heréticos e possessões malignas.

22h00 - Autos de encerramento da Feira e lavagem de cestos e almotolias.

E, assim, o blog "ALENTEJO no NORTE" permite, "Só em Belver é possível transportarmo-nos no tempo e vivermos em duas dimensões"...
O melhor da Excelência e qualidade até ao momento presente, o blog o também diz!

16
Jan11

A CAL É A LUZ NO DESERTO ALENTEJANO

DELFOS
Mas é um texto que nos preenche e coloca quietos... O referido nos obriga a ficar em sentido!

 Tinha feito um juramento algum tempo perante a sua consciência de que nunca mais iria comentar os posts do cidadão e senhor Manuel Monteiro da Silva. De quem dá o que tem a mais obrigado o não u é. Mais ainda compreendendo a sua introdutória e explicativa em algum retalho da sua pena o escreveu. Mas que olhar para este texto e ele não atinge o céu e o céu deixou de ser o limite. Ele o ultrapassa como que viajando por outras galáxias siderais alentejanas e se torna apátria e cidadão do mundo. Mas honra a nossa consciência e alma de alentejanos que começa no concelho de Gavião e terras de Comenda e lugar de Castelo Cernado e distrito de Portalegre e passando por Évora vai até ao Baixo-Alentejo em Beja. Honra. Honra-nos. Não deixa de ser a pena que quando mais escreve mais nos dá o éter e o sublime ou o quinto elemento a una prosa carregada de Régio ou Espanca. Apenas um senão. A referido texto esqueceu de dizer em "htpp://castelocernado.blogspot.com" e sobre a dita cal branca que o executivo de Gavião, alguns anos atrás, o privilégio e o gosto tinha de oferecer aos nativos locais e das freguesias deste concelho, cal e de borla. Não sabe o blog o motivo e a razão da decisão de acabar com o acto. Tão e só simplesmente isto. Se lho dá e depois se lho tira... São boas boas práticas tomadas pelo executivo vigente - na defesa do seu património - e elas foram para o mar alto se afogar...
13
Jan11

OLHANDO O CASTELO CERNADO E FREGUESIA DE COMENDA

DELFOS
"COMENDA! Uma planície alentejana, lá em cima num planalto, se estendendo e se alongando, onde a Vagem do Bardo e a Chancelaria, parece que é esquecida e posta de lado. Terra vossa, localidade tão grande, uma aldeia que parece estar encolhendo e a ficar deserta...
Imagina! Ao pé das placas de Tolosa e da Comenda, imagina "SENHOR AUTOMOBILISTA NÃO PASSE AO LADO VENHA CÁ DENTRO" e uma seta te indicando!
Que entrando e depois de lendo, na tua ex-IFAL "FUTURO PARQUE INDUSTRIAL" não queira ficar, e ficando, apenas o desejo de te fecundar e aumentar...outra música pode começar a tocar! Povo Castelense, não estais compreendendo, pois não? Património, a tua História e o Turismo...só podes estar brincando! Eu, não estou falando, dos moinhos no rio Sôr, que o Crato não "livra de lá o fato". Que ao fim de tantos anos, nunca soubestes aproveitar e se não fizeres nada Belver é que fica a ganhar.
Que importa se não rima, talvez continuando, outras formas de te ver e  pensar..."
www.netcode.pt/bukes/ver_buke.php?bid  28-10-2008.

A coisa e assunto ela foi colocada no falecido site e Livro de Visitas da Junta de Freguesia de Comenda. Que  blog "Gavião no Alentejo" olhando bem para a coisa e assunto, regista, um livro que serviu essencialmente para derrubar o presidente deposto. Como que se a inocência politíca, o deixar andar, o permitir uma escrita assente no anonimato e ela não fosse e não o seja responsável pelo derrube e onde se vem a perder por um voto na boca das urnas nas eleições passadas e para a respectiva Junta de Freguesia de Comenda.

E se em tempos passados e ele o reivindicava para este povo e aquela gente, gentes de Castelo Cernado e também freguesias de Monte da Pedra, Aldeia da Mata e que seja também a da Cunheira, terras esquecidas e abandonadas ele o reivindicava, Senhor automobilista não passe ao lado venha cá dentro ele deixa cair o assunto e apenas deseja uma seta apontando para a terra de Comenda a dizer Parque Indústrial.

Mas o slogan atrás citado ele o deixa cair para aqueles povos, apenas pensa que seria de todo interesse a ideia ser aproveitada nas duas entradas e bocas e portas desta vila de Gavião.
Está pensando, o edil da Câmara Municipal de Gavião fará como quiser e bem entender. Que o direito assim o tem na sua mão e sufragado. Ao utilizar o não concordo apenas está negando e aniquilando os serviços de restauração  e semilares existentes nesta vila e a sua função será só virada para os nativos locais desta terra e esta vila.
Vai ser interessante notar e registar - assim o blog o espera - as populações de Tolosa, Gáfete e a de Alpalhão, ao não serem concelhos, as ditas, elas são capaz de ter cada uma, ter tanta população como esta vila de Gavião.

Mas Parque Indústrial uma obra tão bem feita nas terras de Comenda e uma planície sem fim onde o olhar se perde em cima do planalto.
Ela apenas peca por ser tardia embora seja sempre a Fénix mitológica renascida.
O mais engraçado da questão é que não existe mão-de-obra suficiente para suportar um investimento que se venha a realizar no futuro. São apenas cinco a seis gatos pingados e ao alto em desemprego e de longa duração.
Apetece dizer, não era aqui que o investimento e aterro devia ser realizado.
Não era também nesta vila que o aterro e investimento devia ser realizado.
O investimento devia ser realizado a nove quilómetros desta vila e a mesma distância que fica das terras de Comenda. O investimento devia ser feito nas placas de Comenda e dava para a freguesia de Arez, Tolosa, Comenda, Atalaia, Monte da Pedra, Ferraria, Margem e também a mais pura e casta e virgem é esta vila de Gavião.

Palavras mal ditas que ele não tem juízo.
Mas é o sangue do Barbeta e do Talha que ao fim de tantos anos ainda lhe corre tão livre nas veias. Mas é o lápis azul que castra a virilidade cerebral dos que partiram para a terra da verdade e predarias e os rebentos que hão-de vir não deixarão de ser adulterados e branqueados.
Mas é o Alentejo.
É o Norte-Alentejano que começa neste concelho de Gavião e sem a verdade e o símbolo que nos deu o ser e nos rouba a nossa memória pelo esquecimento e a massificação e nos tira a nossa identidade como povo.
Não deixa de ser crime ao não se ligar nenhuma e não querer saber da coisa. Desta alma ou seja lá este povo alentejano.
Ao fim destes anos, quando os Serviços de Aguas e Esgotos desta Câmara de Gavião encontraram ossos, moedas e mosaicos, ao que parece em grande quantidade e os ossos em cima uns dos outos, que até ao presente ainda não se encontre registada a zona e que para Belver vai uma ponte pedonal a ligar as duas margens  do Tejo e também o Museu do Sabão e para a Comenda um cabaz vazio sem boas novas. 
Ela apenas seria e ira valorizar a zona envolvende e dar motivos e orgulho a quem teve a ousadia de ir investir num empreedimento turístico em terras de Comenda.
Mas o mais grave ainda é um amigo do Redondo fazer uma pergunta sobre quem foi determinada pessoa e ninguém saber responder. Que se lhe dá o nome de uma rua e respectiva placa e não se conhece quem foi a personagem e se continua a não querer saber destas coisas. 

Sabe mais o pouco que sabe quem pergunta de quem está no convento e depois diz que apoia a cultura e como se não fosse um estado do faz de conta...

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